Título: Ela nega e agora mira o compadre do presidente
Autor: Quadros, Vasconcelo
Fonte: Jornal do Brasil, 27/01/2009, País, p. A7

Uma sindicância interna da Anac, feita logo depois do acidente, demonstrou que o documento apresentado como norma não passava de uma simples tese. "Não tinha, e nunca teve, aptidão para criar obrigações a terceiros, pois não era um ato normativo desta agência, mas tão somente um estudo, uma proposta, fruto de primoroso trabalho intelectual de um servidor", diz a conclusão da investigação. A maior tragédia da aviação brasileira ocorreu no dia 17 de julho de 2007, deixando um saldo de 199 mortos. O avião explodiu contra um prédio da TAM em Congonhas e pegou fogo.

Logo depois que a suposta fraude veio à tona, denunciada pela própria desembargadora que liberou a pista, Denise Abreu negou que tenha participado da elaboração do documento e atribuiu as acusações a uma campanha de perseguição que só cessaria com a abertura de uma CPI no Congresso para investigar a transação que resultou na compra da VarigLog pela Gol.

Abandonada pela cúpula do PT depois do apagão aéreo e da repercussão da tragédia, a ex-chefe da Anac passou a mirar o Palácio do Planalto. Ao sugerir a CPI, envolveu o advogado Roberto Teixeira ¿ amigo e compadre do presidente Lula ¿ que ela que ela acusa de se utilizar de influência para interferir nas decisões da Anac sobre o caso VarigLog. (V.Q.)