Título: Demissões nos Estados Unidos atingem filiais brasileiras
Autor: Healy, Jack
Fonte: Jornal do Brasil, 27/01/2009, Economia, p. A18
A economia americana cortou cerca de 2,59 milhões de empregos desde que a recessão começou em dezembro de 2007 e o desemprego subiu para 7,2% no mês passado. Os economistas estão preocupados que a economia possa estar perdendo 600 mil empregos por mês e disseram que os anúncios de demissão feitos ontem serviram para enfatizar o estado acometido do mercado de trabalho. Na semana passada, o governo informou que os pedidos de seguro desemprego pela primeira vez haviam subido para 589 mil na semana que terminou em 17 de janeiro, empatando com um recorde estabelecido em dezembro.
¿ Isso é algo importante ¿ disse Dean Baker, diretor do centro para Pesquisa Econômica e de Política (Center for Economic and Policy Research). ¿ Estamos perdendo nossos empregos a uma velocidade incrivelmente rápida, e mesmo assim, estamos preocupados que acelerem. Vemos uma taxa mais rápida de anúncios de desemprego.
Caterpillar dispensa 20 mil
A Caterpillar, que foi prejudicada pelos pedidos de maquinário para construção e mineração em queda, disse ontem que iria cortar 20 mil trabalhadores por meio de demissões e compras do controle acionário de outras empresas (buyouts). A direção da Caterpillar Brasil informou ontem que não descarta novas demissões na unidade industrial em Piracicaba, interior de São Paulo, mesmo depois de um acordo de flexibilização já em negociação com o Sindicato dos Metalúrgicos local. A empresa já demitiu 380 empregados e concederá novos períodos de férias coletivas em fevereiro e março.
A Caterpillar alega, em nota, que desde novembro tenta adequar a produção à nova demanda internacional. Além de abastecer o mercado brasileiro, a unidade, uma das mais importantes da companhia no mundo, é responsável por abastecer também o mercado externo.
O número de demissões na região de Piracicaba já atingiu 1.200 trabalhadores e assusta o Sindicato dos Metalúrgicos.
A Philips, que também anunciou demissões pelo mundo, informa que não há ainda definição de cortes no Brasil, onde emprega 6 mil pessoas.
Já a assessoria de imprensa da Pfizer no Brasil não confirmou a informação de que a empresa planeja cortar 19 mil postos de trabalho após a absorção da Wyeth, anunciada ontem. As duas empresas possuem unidades de produção no Brasil.
O banco holandês ING foi contatado, mas não informou se as demissões atingirão sua representação no país.