Título: No rastro da fiscalização, a ameaça do desemprego
Autor: Abade, Luciana
Fonte: Jornal do Brasil, 28/01/2009, País, p. A7

Em Cujubim, centro da ope- ração Manejo Pirata, há toras e lâminas de madeira espalhadas por todos os lados. A maioria foi apreendida pelo Ibama e Polícia Federal desde que começou a operação Arco de Fogo, no ano passado. A maior parte dos 13 mil moradores trabalha nas 76 serrarias da região. Para essa população, as operações dos órgão ambientais significam desemprego. ­

O governo vem aqui, gasta milhões em uma operação e fecha tudo em 24 horas. Mas os trabalhadores vão ficar desempregados e sem alternativas ­ diz o gerente de produção da WD Madeireira, Fábio Patrício Neto. ­ É utopia achar que vão dar alternativas para esses trabalhadores. A madeira apreendida na Arco de Fogo está por aí apodrecendo e, só nessa madeireira. O presidente da cooperativa dos produtores da cidade, José de Souza Rodrigues, pediu que o ministro " use o bom senso" e destine a ma- deira apreendida para construir casas para as famílias mais pobres do próprio município e não da capital do estado.

Rodrigues sabe que a madeira comercializada na cidade é ilegal mas, segundo contou, "tudo por aqui é ilegal" e, para a população, não existe outra alternativa de trabalho a não ser no setor madeireiro. Segundo Minc, parte do dinheiro arrecadado com a madeira apreendida será destinado para a criação de um bolsa emprego para os trabalhadores que perdem o emprego depois que suas atividades são paralizadas pelas fiscalizações ambientais. Os ministérios do Trabalho e de Desenvolvimento Social e Combate a Fome coordenarão essa bolsa. (L.A.)