Título: Especialistas criticam barreiras a desembarques
Autor: Oliveira, Ana Carolina; Monteiro, Viviane
Fonte: Jornal do Brasil, 28/01/2009, Economia, p. A17

Para Nora Raquel Zygiels- zyper, professora de Economia da Fundação Getulio Vargas do Rio (FGV-RJ), é inevitável que o mundo se torne mais protecionista devido à turbulência financeira. Adverte, porém, que a medida repete um dos erros que agravaram a crise de 1929. Na época, segundo a economista, o protecionismo adotado pelos países não só aumentou a recessão, como contribuiu para reduzir o comércio exterior.

A economista adverte que, ao adotar uma série de barreiras não-tarifárias ao ingresso de grande maioria de produtos industrializados, o Brasil abre precedente para que outros países adotem retaliações e restrinjam a comercialização dos produtos brasileiros no exterior. ­ O grande perigo é que grande parte dos exportadores brasileiros precisam importar insumos ­ observa a economista. ­

Com o aumento do protecionismo no mundo, todos perdem. Todo o ganho de comércio exterior conquistado ao longo dos anos pode se perder. Para evitar o que classificou de retrocesso, Nora Raquel sugere ao governo cortar tributos e custos internos, em lugar de adotar medidas protecionistas.

Burocracia

Francisco Pessoa Faria, eco- nomista da Consultoria LCA, criticou a medida. Argumentou que, se teve motivação protecionista, não adiantará nada e que só criará mais burocracia. ­ É uma medida ruim e ainda diminui a competição ­ observa. ­ Além disso, o Brasil assumiu compromisso no último encontro do G-20 de não mexer no comércio. Faria também criticou a maneira como o governo comunicou a decisão ao setor, por meio de nota. Ana Carolina Oliveira e Viviane Monteiro