Correio Braziliense, n. 21.135, 06/04/2021. Cidades, p. 17

 

Faltam doses para 66 anos

Ana Isabel Mansur

Samara Schwingel

06/04/2021

 

 

Apesar de esperar mais lotes de vacinas contra a covid-19, o Distrito Federal suspendeu a imunização de idosos de 66 anos. Ontem, o secretário da Casa Civil do DF, Gustavo Rocha, previu a chegada de mais 10 mil doses à capital federal amanhã, mas o anúncio de uso das novas unidades — se para aplicação da primeira dose ou para o reforço com a segunda — terá de ser definido pelo Ministério da Saúde.

No sábado, o DF começou a vacinar idosos com 66 anos, mas a imunização desse grupo foi suspensa, por falta de doses. A última remessa recebida do Ministério da Saúde, com 116 mil vacinas, foi destinada quase que inteiramente para a segunda aplicação e, em dois dias e meio de imunização, 3,6 mil idosos de 66 anos foram vacinados. Segundo o secretário de Saúde, Osnei Okumoto, há cerca de 18 mil pessoas nessa faixa etária no Distrito Federal. Ontem, o secretário anunciou a suspensão da imunização do grupo. "Não procurem mais os postos de vacinação", pediu.

O retorno da vacinação dos idosos com 66 anos se dará, segundo o secretário, conforme a destinação de uso de novas remessas que chegarão ao DF. "Quando tivermos mais vacinas e definição de uso para a primeira dose pelo Ministério da Saúde, vamos informar em nossos meios de comunicação a data de retorno do atendimento a esse grupo", ressaltou o secretário. Estão sendo vacinados na capital federal, portanto, apenas as forças de segurança pública e as pessoas que estão recebendo a segunda dose. A vacinação dos professores da rede pública não tem mais data para começar.

Policiais

Ontem, primeiro dia de vacinação dos profissionais da força de segurança, a Secretaria de Saúde (SES-DF) vacinou 1.081 pessoas desse grupo. Segundo a pasta, até o momento, 1.479 profissionais de segurança foram imunizados — anteriormente, o grupo estava sendo contemplado com as doses remanescentes. Serão, no total, 2.310 vacinas destinadas a esse pessoal. O sargento da Polícia Militar do DF Idenes Pires, 54 anos, recebeu a primeira dose ontem. O militar, que trabalha na área do comércio do Paranoá, está aliviado e alegre, já que contraiu a doença e quase morreu. "Foi em agosto do ano passado, fiquei muito ruim", disse.

O sargento foi um dos vacinados na Unidade Básica de Saúde do Núcleo Bandeirante. Também policial militar, Gregory Barão, 52, que trabalha há 24 anos nas ruas do DF, comemorou a vacinação contra a covid-19. "A gente fica muito exposto, por isso estamos nos vacinando. E pelo risco que a profissão nos traz, precisamos nos vacinar. Ainda não peguei a covid-19 nem quero pegar", destacou.

Na UBS 4 do Lucio Costa, o policial penal George Luiz Carvalho, 32, ao tomar o imunizante, afirmou que o objetivo é diminuir o risco de infecção entre os policiais e as pessoas privadas de liberdade. "Organizamos, neste primeiro momento, com os servidores (das unidades prisionais) que trabalham na linha de frente", disse. Ele chegou a se infectar com a doença e foi para o hospital três vezes.