O BTG Pactual firmou acordo para comprar, por R$ 3,7 bilhões, 100% da participação remanescente da Caixa no Banco Pan, segundo fato relevante divulgado pelo banco estatal. Pelo acordo, o BTG será o único controlador do Pan e, segundo analistas, pretende fazer da instituição um complemento de sua estratégia digital, além de fortalecer sua atuação nas classes C e D.

Pelo acordo, serão adquiridas 323.429.996 ações ordinárias (49,2% das ON ainda nas mãos da Caixa), por R$ 11,42 cada. Procurado, o BTG não comentou a operação.

Luis Sales, analista da Guide Investimentos, avalia que a compra é positiva tanto para o BTG quanto para o Pan. No caso deste, diz, a saída da Caixa pode dar mais velocidade ao processo de digitalização e melhorar a governança corporativa do Pan.

‘TUDO O QUE O BANCO QUER’

Em relatório, Sales afirma que, com a operação, o BTG vai crescer nas classes C e D, principal nicho de atuação do Pan, “ao mesmo tempo em que adquire um ativo com grande potencial de crescimento, já que o número de abertura de contas segue em ritmo acelerado, assim como o processo de digitalização”.

Para João Frota, economista da Senso Corretora, o BTG quer crescer no varejo, pois já está consolidado na área de investimentos:

— Avançar no varejo, através da estratégia digital, é tudo o que o BTG quer, sem precisar abrir agências físicas.

Em setembro de 2019, o Pan captou R$ 1 bilhão no mercado em uma oferta de ações secundária (follow on ), e pelo menos R$ 500 milhões foram direcionados à digitalização dos processos. Em fevereiro do ano passado, o banco lançou sua conta digital.

No segundo trimestre de 2020, a base de clientes do Pan cresceu 8%, para 5,7 milhões, frente aos três meses anteriores. Esse crescimento foi atribuído à estratégia digital, que inclui parcerias com start-ups.

A Caixa havia anunciado uma oferta de ações do Pan na Bolsa de Valores, ma sem 31 de março o BT G propôs adquirira totalidade dos papéis O Nem poder do banco estatal.

A Caixa havia comprado o Banco Panamericano (depois renomeado como Pan) em 2009, por R $739 milhões. Em 2017, a Polícia Federal deflagrou uma operação para investigar a aquisição de ações do banco por Caixae BT G, já que o negócio gerou prejuízo ao banco estatal.

A vendado Pan americano para a Caixa foi articulada em negociações coma participação do então presidente Lula e de Sílvio Santos, fundador do Pan. Em 2010, a Caixa descobriu problemas contábeis e teve que injetar recursos.