Correio Braziliense, n. 21.138, 09/04/2021. Economia, p. 6

 

Auxílio: maioria ganhará apenas R$ 150

Marina Barbosa

09/04/2021

 

 

A maior parte dos brasileiros que foi aprovada para receber o novo auxílio emergencial deve ganhar a menor parcela, de R$ 150. Por isso, não será suficiente para compensar a perda de renda sofrida por 43% dos brasileiros com direito ao benefício concedido pelo governo federal neste ano, de acordo com levantamento do Centro de Estudos em Microfinanças e Inclusão Financeira (Cemif) da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Aproximadamente 40 milhões de pessoas estão habilitadas ao recurso. Segundo o Ministério da Cidadania, o valor médio é de R$ 250, mas quem mora sozinho ganhará R$ 150 e mulheres chefes de família, R$ 375. A pesquisa indica que 43% desses que farão jus ao benefício vão receber a parcela mais baixa.

"Aproximadamente 20 milhões de pessoas que compõem uma família unipessoal receberão parcelas de R$ 150, outras 16,7 milhões que têm famílias de duas ou mais pessoas terão direito a parcelas de R$ 250, e 9,3 milhões de mulheres que vivem em famílias, nas quais são as únicas provedoras, receberão parcelas de R$ 375". Os números coincidem com as projeções iniciais do ministério.

Se nada mudar nessa distribuição, contudo, o auxílio não terá o mesmo impacto do ano passado na renda das famílias e na economia brasileira. "43% das pessoas vão receber R$ 150 e há evidências de que esse valor não compensa as perdas derivadas pela pandemia. É possível perceber isso em diversos cortes, seja por gênero, estado ou raça", explicou o pesquisador Lauro Gonzalez, que comparou o rendimento dos brasileiros antes da pandemia com o rendimento atual, com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Covid (Pnad Covid), para mensurar o efeito do novo auxílio emergencial.