Correio Braziliense, n. 21.142, 13/04/2021. Brasil, p. 12

 

Novo recorde na média móvel de mortes: 3.124

13/04/2021

 

 

Após fechar a última semana epidemiológica com novo recorde de mortes por covid-19 pela sétima vez consecutiva, a média móvel atual também subiu para patamares inéditos da pandemia no Brasil. Segundo o cálculo do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), que leva em conta os números dos últimos sete dias, o país tem média de 3.124 mortes.

O recorde anterior havia sido registrado no início em 1º de abril, com 3.117 mortes. O alto número na média de mortes era esperado, já que na última semana o país registrou, pela primeira vez, mais de 4 mil mortes diárias pela doença por duas vezes. Ontem, de acordo com o balanço nacional feito pelo Ministério da Saúde, o Brasil confirmou mais 1.480 óbitos e 35.785 casos.

O país já soma 13.517.808 infecções e 354.617 mortes, sendo a segunda nação do planeta com mais registro de óbitos e o terceiro com mais diagnósticos positivos — atrás da Índia e dos Estados Unidos, respectivamente, segundo levantamento da Universidade Johns Hopkins. Atualmente, os dados brasileiros são os piores no mundo: as mortes representam mais de 35% dos novos registros, mesmo o país representando apenas 2,7% da população mundial.

A alta, na avaliação do presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Glademir Aroldi, está atrelada ao colapso no sistema de saúde "não só hospitalar, mas na atenção básica". Segundo ele, as unidades básicas de saúde são a porta de entrada do paciente e a "rápida saturação (dos hospitais) levou também ao aumento explosivo de atendimento na atenção primária".

"O Brasil está na UTI e esse ritmo de vacinação não será remédio suficiente, especialmente para o momento", destacou Aroldi, em audiência pública, ontem, no Senado, para discutir a atuação dos gestores locais no enfrentamento à pandemia.

Vacinação

Enquanto as médias móveis alcançam recordes semana após semana, o ritmo de vacinação tem diminuído nos últimos dias. Com atrasos na importação de ingrediente farmacêutico ativo (IFA) e sem produção autônoma da matéria-prima já incorporada, o país só conseguiu atingir por três dias a meta de um milhão de vacinados ao dia.

"O ritmo é determinado exclusivamente pela oferta. Quando tivemos vacinas disponibilizadas em maior número, rapidamente se ampliou a aplicação por dia. Agora, com a nova redução de oferta, infelizmente esse número caiu", justificou Aroldi.

A previsão inicial para abril era de incorporar aproximadamente 47 milhões de doses, mas a nova garantia do governo federal é de disponibilizar 30,5 milhões ao Programa Nacional de Imunização (PNI). Somente a partir de setembro há projeções para que o país comece a produzir vacinas 100% nacionais. (BL e MEC)