O Estado de São Paulo, n. 46471, 10/01/2021. Metrópole, p. A13

Vacinação será simultânea em todo País, diz Saúde
10/01/2021



Ministério afirmou em nota ter adquirido todas as vacinas do Instituto Butantã; distribuição será proporcional à população

O Ministério da Saúde informou ontem ter acertado com o Instituto Butantã a compra da totalidade das vacinas contra covid-19 produzidas pelo laboratório e que a vacinação com o imunizante será simultânea em todo o País. Em nota, a pasta afirmou que as doses serão distribuídas em quantidade proporcional à população de cada

Estado. Com isso, todos os brasileiros receberão o imunizante contra o coronavírus ao mesmo tempo, de forma gratuita. O Instituto desenvolve a vacina Coronavac em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac.

Com a compra pelo Ministério da Saúde, o início da vacinação contra a covid-19 em São Paulo precisa de aval do governo federal. Entretanto, o secretário estadual de Saúde, Jean Gorinchteyn, afirma que a medida não altera a previsão de São Paulo começar a campanha no próximo dia 25. “Isso não muda”, disse ao Estadão. “Essas vacinas vão para uma central em São Paulo e serão disponibilizadas para todo o País, a partir do momento que for liberada pela Anvisa. O que for de São Paulo vai ficar em São Paulo”, afirmou. “O que acontece é, dentro da proporcionalidade (de distribuição) estabelecida pelo Ministério, nós temos de nos adequar”, explicou o secretário.

Segundo Gorinchteyn, a cota de Coronavac que agora deve ser repassada ao Estado não prejudicaria o planejamento. “Do ponto de vista porcentual, temos valores que possibilitam dar inicio à vacinação.”

A nota do Ministério da Saúde não define data para o início da vacinação. Nesta semana, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse que a aplicação poderia começar dia 20, na melhor das hipóteses. O Ministério disse ainda que todas as vacinas adquiridas ou em negociação, que tenham aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), seguirão o mesmo caminho, sendo incorporadas e distribuídas a toda a população, ao mesmo tempo.

“Assim, brasileiros de todo o País receberão a vacina simultaneamente, dentro da logística integrada e tripartite, feita pelo Ministério da Saúde e as Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde”, descreve o comunicado. “Os Estados receberão as doses em quantidade proporcional à sua população e farão a distribuição aos 5.570 municípios brasileiros, de forma que todas as salas de vacinação do País recebam as vacinas o mais rápido possível.”

Na sexta-feira, João Gabbardo, coordenador executivo do Centro de Contingência da Covid-19, já havia dito que por conta da centralização cerca de 20% das vacinas chinesas permaneceriam em São Paulo.

Agora, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) precisa aprovar o uso emergencial ou o registro definitivo da vacina. No fim da semana, o Instituto Butantã e a Fiocruz, que produz a vacina de Oxford no Brasil, entraram com pedido de uso emergencial das vacinas na agência reguladora. Ontem, a Anvisa deu prosseguimento ao pedido da Fiocruz e pediu mais informações ao Instituto Butantã .

Proporção

20%

das vacinas chinesas produzidas pelo Instituto Butantã devem permanecer em São Paulo. Esse porcentual segue o critério do tamanho da população paulista em relação ao País.