Título: Sindicato mantém ameaça de greve
Autor: Melissa Medeiros
Fonte: Jornal do Brasil, 04/03/2005, Brasília, p. D5

Contraproposta do GDF não é aceita e professores farão, na terça, assembléia para decidir se param

Sem os avanços esperados na reunião de ontem com representantes do Governo do Distrito Federal, o Sindicato dos Professores do DF (Sinpro-DF) confirmou a assembléia dos professores, na próxima terça-feira, para decidir pela greve da categoria. Os professores apresentaram uma lista com oito reivindicações apontadas como prioritárias para os professores e a Secretaria de Assuntos Sindicais do GDF fez uma proposta que foi recusada. A categoria exige reajuste imediato de 18%, criação de um plano de saúde, aumento do valor do auxílio-alimentação, pagamento de atrasados, programa habitacional, eleição de diretores de escolas, convocação de professores concursados e definição de regras para remoção, lotação e fixação de carga horária.

Na proposta apresentada, o GDF garantiu a conclusão do pagamento dos atrasados até a próxima semana. Outro ponto resolvido foi a convocação de professores concursados com a chamada imediata de docentes de Física, Inglês, Química e Sociologia. A carência para outras disciplinas está sendo se fará nova convocação.

O GDF afirmou que o plano de saúde e o programa habitacional não serão oferecidos agora porque estão ainda em preparo ações que abrangerão todos os servidores até o final do ano.

A exigência de eleições para diretores não será atendida porque, segundo o GDF, depende de aprovação de uma lei em tramitação no Congresso Nacional. Também não foi concedido o aumento do auxílio-alimentação sob alegação de falta de recursos. O não atendimento ao pedido de aumento salarial foi justificado pelo Plano de Carreira que prevê 17% de aumento progressivo até o mês de setembro.

Faltando três dias para a paralisação, o Sinpro afirma que a Secretaria ainda pode fazer nova proposta para garantir que 20 mil professores não suspendam suas atividades.

- O GDF ainda tem tempo para apresentar novas propostas. Queremos negociar, mas parece que preferem bater de frente. Por isso, estamos convocando os professores e eles decidirão se faremos a greve. Mas adianto que, pela mobilização que estamos observando, devemos entrar em greve por tempo indeterminado - afirma o diretor de imprensa do Sinpro-DF, Antônio Lisboa.

A secretária de Assuntos Sindicais, Dulce Tannuri, afirma que as discussões estão tendo avanços paulatinos, mas que não serão interrompidas, pois o GDF não quer que os professores decidam pela greve.

- Estamos tendo avanços a cada reunião com o Sindicato. Não podemos oferecer tudo que eles pedem, mas queremos negociar de modo que os dois lados cedam. De jeito nenhum, nossos alunos podem ficar sem professores.