O Globo, n. 32021, 08/04/2021, País, p. 6

Bancada da bala prepara reivindicações
Leandro Prazeres
08/04/2021

O perfil considerado mais ´político da nova cúpula do Ministério da Justiça deixou animados integrantes da chamada bancada da bala no Congresso. Eles já definiram algumas prioridades a serem levadas à pasta. Entre elas, uma “blindagem” das carreiras policiais na reforma administrativa, e o avanço de projetos como a lei orgânica das polícias e da flexibilização das regras para porte e posse de armas.

Nesta semana, tomou posse o ministro da Justiça, Anderson Torres, e foram anunciados os nomes dos novos diretores da Polícia Federal (PF) e Polícia Rodoviária Federal (PRF). Eles são vistos como mais “acessíveis” às demandas do Congresso.

— A gente fica animado e com boas perspectivas. Esperamos que esse contato mais próximo com o universo político facilite algumas das nossas pautas — afirmou o coordenador da Frente Parlamentar de Segurança Pública, deputado Capitão Augusto (PL-SP).

Na pauta que o deputado pretende entregar ao novo ministro, provavelmente, na semana que vem, estão medidas para reverter a possibilidade de os salários da PF e da PRF ficarem congelados por até 15 anos caso o governo não equilibre as contas públicas. O dispositivo consta da PEC Emergencial, aprovada em março.

Além disso, Capitão Augusto disse que a bancada quer “proteger” as categorias da segurança pública na reforma administrativa que está em discussão no Congresso.

O deputado também diz esperar que o ministério continue apoiando as discussões em torno do projeto de lei que cria a lei orgânica das PMs e das polícias civis. A proposta diminui o poder dos governadores sobre o comando das Polícias Militares e do Corpo de Bombeiros.

O novo ministro atuou durante quase oito anos como assessor parlamentar na Câmara dos Deputados e também trabalhou como representante da Associação dos Delegados da Polícia Federal (ADPF) no Congresso. Nos últimos dois anos, comandava a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF).