O Globo, n. 32034, 21/04/2021, País, p. 10

 

Governo do Rio nomeia e depois exonera filha de Queiroz da Casa Civil

21/04/2021

 

 

Uma das filhas de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) investigado no caso das “rachadinhas” da Alerj, foi nomeada para um cargo no governo do Estado do Rio e exonerada dois dias depois. Evelyn Melo de Queiroz foi nomeada no último dia 12 para exercer o cargo de secretário II, na Secretaria de Estado da Casa Civil, e receberia um salário de R$ 2,4 mil. A nomeação foi publicada no Diário Oficial do dia 13, mas no dia seguinte foi publicado um pedido para tornar a nomeação sem efeito.

Em nota, o governo do estado informou que o secretário da Casa Civil, Nicola Miccione, recebeu currículos para possíveis nomeações na estrutura estadual : “Alguns nomes foram entrevistados pelo subsecretário de Administração e, sem que tivesse sido previamente avaliado pelo GSI, a nomeação foi publicada no Diário Oficial. Antes mesmo de tomar posse, o secretário determinou, após ser identificada a vinculação de parentesco, tornar sem efeito a nomeação”.

De acordo com o portal de notícias UOL, o ex-assessor foi fotografado dentro de um carro na sede do governo do Estado, o Palácio Guanabara, na última quarta-feira. Ele teria passado duas horas no estacionamento do local, sem entrar no prédio principal ou nos anexos. A defesa de Fabrício Queiroz não se manifestou sobre o caso.

DENÚNCIA DE “RACHADINHA”

Evelyn, assim como o pai, foi denunciada pelo Ministério Público do Rio no caso das “rachadinhas” no antigo gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa (Alerj). Após a irmã Nathália ser exonerada do cargo, Evelyn Mello assumiu a função na equipe do filho do presidente Jair Bolsonaro.

Ministros da Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiram em fevereiro anular a quebra de sigilo fiscal e bancário do senador no caso das “rachadinhas”. As decisões anuladas tinham sido autorizadas em 2019 pelo juiz Flávio Itabaiana, da 27ª Vara Criminal, do Tribunal de Justiça (TJ) do Rio, e se estendiam a cerca de cem pessoas e empresas suspeitas de envolvimento no esquema de desvio de recursos do gabinete de Flávio na Alerj.