Título: Diabetes é tema de 4 linhas de pesquisa
Autor: Melissa Medeiros
Fonte: Jornal do Brasil, 07/03/2005, Brasília, p. D6

Mais quatro linhas de pesquisa estão sendo realizadas em busca da cura dos diabetes tipo 1. As expectativas dos médicos endocrinologistas é de que em um futuro próximo se possa ter resultados satisfatórios para aumentar a produção de insulina e conseguir ter níveis de glicemia regulados. Transplante pancreático - considerado pelos especialistas o estudo mais próximo da cura. Consiste em um transplante duplo de rim-pâncreas e, por enquanto, é realizado, principalmente, em pessoas com diabetes em estágio avançado da doença renal. O transplante combinado reduz a rejeição imunológica, quando comparado com o transplante único do pâncreas.

Nos últimos anos, houve melhora nas drogas que combatem a rejeição e a sobrevivência aumentou para 90%. A adversidade tem sido a falta de doadores que faz com que os transplantes duplos só sejam realizados em pessoas com lesões graves.

Transplante de ilhotas - estudiosos do assunto dizem que esse transplante é a técnica mais promissora para a cura do diabetes, mas está um pouco mais distante do que o transplante pancreático. Essa prática baseia-se em isolar e encapsular ilhotas produtoras de insulina em um recipiente poroso que permita a passagem da glicose para dentro da cápsula, estimulando a liberação da insulina para fora.

Apenas 50% dos órgãos de doadores têm compatibilidade para serem usados para isolamento de ilhotas, por isso, o número de possíveis transplantados cai. Além disso, são necessários quatro órgãos saudáveis para conseguir o tratamento de uma pessoa.

Pâncreas virtual - envolve o desenvolvimento de um pâncreas artificial, que deve ter a capacidade de liberar insulina mediante o estímulo glicêmico. Este aparelho deve ser capaz de reconhecer os níveis glicêmicos, as suas variações e a velocidade com que a glicemia aumenta ou diminui no organismo. Recentes desenvolvimentos de biosensores para glicemia podem representar uma esperança no desenvolvimento desta linha de trabalho.

Neogênese de ilhotas - essa pesquisa desenvolve substâncias que possam estimular a formação de ilhotas a partir de células-tronco existentes no pâncreas adulto por meio de proteínas lectinas do tipo C, que são associadas com o inicio da formação de ilhotas.

Em ratos pancreatectomizados têm sido mostrado uma aumento da expressão destas proteínas, mas o efeito ainda é considerado fraco.

Atingindo o objetivo desejado, a neogênese pode eliminar a necessidade de imunoterapia, pois são as próprias células das pessoas são induzidas a produzir novas ilhotas.