O Globo, n. 32040, 27/04/2021, Sociedade, p. 11

 

SP detecta contaminações por cepas sueca e sul-africana
Giuliana de Toledo
27/04/2021

 

 

 

O Instituto Butantan registrou no estado de São Paulo casos de Covid-19 provocados por cepas do vírus da Suécia e da África do Sul. Foi detectada, ainda, a variante N9, mutação da P1, linhagem de Manaus que já domina o país.

Essas três novas variantes do Sars-CoV-2 apareceram entre os testes realizados pelo instituto com amostras da semana passada, com o intuito de checar, por meio de sequenciamento genômico, que cepas têm circulado nas cidades paulistas.

AB .1.351, variante sul-africana, apareceu em uma amostrada Baixada Santista( acidade não foi divulgada ). A B.1.318, variante da Suécia que já circula no Reino Unido, foi descoberta em Itapecerica da Serra. Já a N 9 estava presente em Jardinópolis.

A linhagem sueca é novidade em São Paulo, mas já foi encontrada, em março, em um caso de Santa Catarina. A sulafricana foi a responsável pela infecção de uma moradora de Sorocaba, no interior paulista, também em março. A N9, por sua vez, já foi apontada em ao menos 35 amostras coletadas entre novembro de 2020 e fevereiro de 2021 em dez estados brasileiros, como mostrou estudo da Fiocruz de março.

Em nota à imprensa, o Butantan destaca que, das três, a sul-africana é a única variante considerada “de preocupação”, por estar relacionada a uma explosão de casos de Covid-19 e pelo risco que representa à eficácia de vacinas. A sueca e a N9 são vistas, por enquanto, como “variantes de interesse”. Elas foram menos observadas e não se sabe muito sobre suas características.

“Ainda é cedo para dizer, porém, se elas são mais transmissíveis ou mais agressivas do que as variantes brasileiras já amplamente descritas, a P1 e a P2”, informou o instituto.

Para Maria Carolina Sabbaga, vice-diretora do Centro de Desenvolvimento Científico do Butantan, esses achados apontam que há “muita variante em São Paulo”.

— Precisamos de políticas de contenção e respeitar o distanciamento para que a gente não fique espalhando variantes — disse, na divulgação dos estudos.

Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo informou que a paciente coma cepa sueca apresenta “um quadro leve de síndrome gripal”. A secretaria não deu mais detalhes sobre os casos.

De acordo com análises do Instituto Adolfo Lutzed oC entro de Vigilância Epidemiológica, São Paulo já registrou, até ontem, 114 casos autóctones (ou seja, surgidos no país) das variantes P1 (de Manaus), B.1.1.7 (do Reino Unido) e B.1.351 (da África do Sul).