Correio Braziliense, n. 21.144, 15/04/2021, Cidades, p. 33

 

Lote de vacinas atenderá idosos com 64 e 65 anos
Samara Schwingel
15/04/2021

 

 

 

A campanha de vacinação contra a covid-19 será ampliada para mais faixas etárias no Distrito Federal. O governador Ibaneis Rocha (MDB) afirmou, ontem, que o Ministério da Saúde entregará 72,8 mil doses de imunizantes para a capital do país. Com a chegada da nova remessa, idosos com 64 e 65 anos serão incluídos como novo público-alvo da campanha. Enquanto isso, o Executivo local articula, por meio de consórcio interestadual, a compra de 28 milhões de doses da Sputnik V. No entanto, o imunizante ainda não recebeu aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A remessa que deve chegar ao DF nesta semana inclui doses da CoronaVac e da Covishield. Do total, 23,5 mil serão para a segunda dose; 20 mil para a população com 64 anos; 19 mil para pessoas com 65; 2,2 mil destinadas aos servidores da segurança pública; 4,1 mil à reserva técnica; e 3,9 mil aos profissionais de saúde da rede privada — que devem aguardar a abertura do agendamento on-line. Essa categoria contará, ainda, com 508 unidades extras, que sobraram da etapa passada, para suprir eventuais perdas.

Interlocutores da Secretaria de Saúde esperam que a nova fase comece, no máximo, um dia depois do recebimento das doses, previstas para chegar na sexta-feira. Mas, independentemente da data de início, a vacinação dos idosos com mais de 66 anos continua, nos postos de saúde e pontos drive-thru. Já os profissionais da segurança pública seguem com pontos específicos para aplicação dos imunizantes, divididos de acordo com cada categoria profissional.

Negociação
Na tentativa de avançar a campanha de vacinação contra a covid-19 no país, o Consórcio Interestadual de Desenvolvimento do Brasil Central (BrC), liderado por Ibaneis Rocha, negocia diretamente com o Fundo Soberano Russo (FSB) a compra de doses da vacina Sputnik V; além disso, o DF conta com uma fábrica para produção do imunizante. Contudo, o processo esbarra na falta de liberação da Anvisa. Os integrantes do grupo — formado pelos governos do DF, Maranhão, Tocantins, de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rondônia — assinaram, ontem, uma carta manifestando intenção de compra. "Por enquanto, não tivemos qualquer empecilho nas negociações", disse Ibaneis ao Correio.

Na segunda-feira, a agência informou por meio de nota que adiou a data de inspeção nas duas fábricas do imunizante, na Rússia. Um dia depois, o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que, se a autarquia não deliberar sobre a importação em caráter excepcional e temporário das doses até 28 de abril, o governo do Maranhão poderá fazê-lo. A determinação pode abrir precedente para que outras unidades da Federação consigam autorização.