Título: Naya pedirá anulação do leilão de hotel no STJ
Autor: Gustavo de Almeida
Fonte: Jornal do Brasil, 09/03/2005, Rio, p. A13

Justiça suspendeu ontem duas vendas feitas no ano passado

Os desembargadores José Mota Filho, Caetano Fonseca Costa e Ricardo Rodrigues, da 7ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça, anularam ontem os leilões do Hotel Saint Peter, em Brasília, e de um terreno na Avenida das Américas, na Barra da Tijuca, ambos de propriedade do ex-deputado Sergio Naya, dono da Sersan, construtora do Palace II. O próximo passo dos advogados Jorge Luiz Azevedo e Wilson Miranda, que trabalham na defesa do ex-deputado, é pedir no Superior Tribunal de Justiça (STJ) a anulação da venda do Hotel Saint-Paul, cujo leilão foi realizado no ano passado e arrecadou cerca de R$ 9 milhões. - As vítimas e seus advogados declararam claramente na ocasião do leilão que o preço era vil (baixo). Usaremos esta argumentação - disse o advogado Jorge Luiz Azevedo.

O ex-deputado tentou entrar com recurso no TJ do Rio pedindo a anulação da venda do hotel - arrematado pelo senador Paulo Octávio. O problema é que o dinheiro arrecadado já foi rateado entre 81 das famílias vítimas do Palace II, como parte do pagamento de indenizações.

De acordo com o desembargador Mota Filho, os fatos de a Associação das Vítimas não apresentar a autorização judicial para revender o Hotel Saint Peter ao Grupo Fenícia e ainda ter emitido inicialmente um cheque sem fundos foram fundamentais para que o leilão fosse anulado. Quanto ao terreno na Barra, arrematado pelo Banco do Brasil, o problema foi que o banco não fez o depósito em dinheiro. De acordo com os advogados de Naya, se o banco depositasse o dinheiro, o caminho estaria aberto para o pagamento das indenizações.

- A Sersan tem todo interesse em pagar, mas não temos dinheiro. Se houvesse dinheiro, é claro que faríamos a remissão do leilão, ou seja, cobriríamos a maior oferta para mantermos o bem. Se o Banco do Brasil depositasse os R$ 25 milhões em juízo devidamente, já poderíamos pagar - disse o advogado Wilson Miranda.