Valor Econômico, n. 5228, 14/04/2021. Brasil, p. A4
País se aproxima das 360 mil mortes por covid-19
14/04/2021
O Brasil se aproxima da marca de 360 mil mortes causadas pela covid-19 e este mês poderá ser um dos piores desde o início da pandemia. Ontem, 3.687 pessoas morreram pela doença, segundo dados das secretarias estaduais de saúde compilados pelo consórcio de veículos de imprensa. O total de óbitos por covid no país chegou a 358.718.
Os dados do Ministério da Saúde são um pouco diferentes: 3.808 óbitos pela doença em 24 horas e um total de 358.425.
Ontem, em uma reação à contínua alta de casos e de mortes e à alta demanda por vacinas, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, deu um mês para que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decida sobre a importação excepcional da vacina russa Sputnik V. Caso o prazo não seja cumprido, o Estado do Maranhão poderá comprar mais de 4,5 milhões de doses da vacina contra covid-19 sem autorização da agência reguladora.
A medida foi tomada como forma de fazer frente às dificuldades do Ministério da Saúde em adquirir um volume maior de doses no curto prazo e também às dificuldades com insumos importados enfrentadas pelo Instituto Butantan e pela Fundação Oswaldo Cruz. O ministério contabilizava ontem que 27.805.460 doses foram aplicadas no país.
A decisão de Lewandowski atende a pedido do governo maranhense, que protocolou em 29 de março, junto à agência reguladora, um pedido para comprar as doses da vacina produzida pelo Instituto Gamaleya, na Rússia.
Nos autos, a Anvisa afirmou que ainda está dentro do prazo legal, que está agindo para obter relatórios técnicos de avaliação da Sputnik V emitido por autoridades estrangeiras e que irá realizar uma missão de inspeção na Rússia. Outros gestores estaduais e prefeitos têm solicitado autorização de compra da vacina russa.
Municípios ligados à Frente Nacional de Prefeitos (FNP) já manifestou interesse pela aquisição de 30 milhões de doses. A Anvisa diz que o processo de liberação depende do envio de documentos e dados sobre o imunizante.
Quanto à evolução da pandemia no país, os dados do consórcio de imprensa mostraram ainda que com os números na noite de ontem -- no boletim das 20h -- a média móvel de mortes no país por covid-19 nos últimos sete dias está em 3.051. Foi o quarto dia seguido em que a média móvel de óbitos fica acima a marca dos 3.000. Na segunda-feira 12, abril já se tornou segundo mês com mais mortes desde o começo da pandemia, 33.145 -- atrás apenas de março, com 66.868.
Mas numa comparação com a média de 14 o resultado aponta para uma estabilidade na curva de mortes, com alta de apenas 3% Há também um quadro de estabilidade nos diagnósticos. A média móvel nos últimos sete dias foi de 70.787 novos casos diagnosticados por dia. O número 6% menor do que os casos registrados duas semanas antes.
O consórcio de veículos de imprensa é formado pelos jornais “O Globo”, “Extra”, “Folha de S.Paulo” e “O Estado de S. Paulo”, bem como os portais UOL e G1. Os dados são apurados junto às secretarias de saúde dos Estados e do Distrito Federal. Diariamente o consórcio divulga três boletins, às 8h, 13h e 20h.
No balanço de ontem à noite, dez Estados apareceram com alta nos números de mortos por covid: Acre, Amapá, Maranhão, Minas Gerais, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Roraima e Sergipe. Desde o começo da pandemia, 13.601.566 brasileiros contraíram ou estão com coronavírus, segundo o consórcio. Pelos dados do Ministério da Saúde, são13.599.994. (Colaboraram Luísa Martins e Isadora Peron, de Brasília)