Título: Garotinho critica proposta de aliança com Lula
Autor: Sérgio Pardellas e Sérgio Prado
Fonte: Jornal do Brasil, 10/03/2005, País, p. A3

BRASÍLIA - No dia em que Lula aportou no Rio para batizar um submarino no Arsenal de Marinha, o secretário do governo do estado, Anthony Garotinho (PMDB-RJ), criticou a proposta do presidente de compor uma aliança com o PMDB para as eleições nacionais de 2006, como parte da segunda reforma ministerial.

Garotinho é um dos principais peemedebistas da oposição e foi um dos articuladores para a derrota de Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP) à presidência da Câmara. O secretário lembrou que o PMDB decidiu, em convenção de 2004, sair do governo e lançar candidato próprio à Presidência.

- Eu cumpro as decisões do meu partido. Há uma convenção considerada legal que diz que o PMDB terá candidato próprio em 2006, deve deixar os cargos no governo e apoiar o governo de forma independente - afirmou.

Garotinho disse que Lula deveria ter chamado o presidente da legenda, deputado Michel Temer (SP), para as negociações em torno da reforma e da aliança.

- Lula não tem o direito de fazer o que está fazendo, que é interferir na vida do partido ao convocar uma reunião com quem não representa a legenda. Com isso, mostra pouco apreço pelas instituições políticas. Se quisesse uma aliança, deveria ter chamado o comando do PMDB - afirmou.

As negociações com o governo são lideradas pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e pelo ex-presidente da Casa José Sarney (PMDB-AP). Temer, por ser oposicionista, não participou das reuniões. Na conversa de ontem, Lula pediu a Calheiros que falasse com todas as alas do PMDB para sondar a possibilidade de avançar na aliança de 2006.