Título: Qualidade é a meta
Autor: Camilla Antunes e Marco Antonio Barbosa
Fonte: Jornal do Brasil, 13/03/2005, Rio, p. A17

Na tarde de ontem, o coordenador da intervenção, Sérgio Côrtes, visitou o Hospital do Andaraí e reafirmou as prioridades da ação federal na saúde do Rio: - O mais importante não é apenas normalizar o atendimento, e sim melhorar a qualidade. O primeiro passo, que já foi dado, é reabrir as unidades. Agora, temos de melhorar a acolhida que os pacientes recebem ao chegar aos hospitais. Pode-se dizer agora que estamos chegando a um estado de pré-normalidade - afirmou Côrtes.

O coordenador também disse que o atendimento não será mais interrompido por falta de material.

- Conseguimos negociar em tempo recorde novos prazos com os fornecedores. Assumimos um compromisso de pagar tudo em dia daqui em diante - garantiu.

Além do Andaraí, Côrtes vistoriou, ontem pela manhã, a emergência do Cardoso Fontes. O médico, que também é diretor do Instituto Nacional de Traumato-Ortopedia (Into), liberou empréstimos e transferências temporárias de insumos e equipamentos de outras unidades para os hospitais sob intervenção.

- Transferimos os equipamentos do Into para evitar as compras de emergência, sem licitação. A falta de profissionais por si só já representa um estado de calamidade pública. - disse Côrtes, lembrando que a partir de amanhã, o Ministério da Saúde vai elaborar os editais para contratação de funcionários temporários.

Resta saber o que será feito para resolver alguns dos problemas crônicos dos hospitais públicos da cidade, como a superlotação e a transferência de pacientes de outros municípios.

Na mesma tarde de sábado em que a emergência do Hospital do Andaraí foi reaberta, o Jornal do Brasil testemunhou a chegada de duas ambulâncias de outras cidades: uma de Magé, outra de Nilópolis.

- Olha só, ''realizando sonhos''. Ele vem lá de Magé realizar o sonho aqui no Hospital do Andaraí - comentou Maria Alice Costa Lima, uma das coordenadoras da intervenção no Andaraí, ironizando o slogan da Prefeitura de Magé, pintado na ambulância.

Segundo Maria Alice, que é funcionária do Hospital Geral de Bonsucesso, o movimento em sua unidade aumentou devido à crise na saúde municipal.

- O número de internações na emergência dobrou desde o começo do ano - disse.