Título: Disputa por corredores de exportação
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 13/03/2005, Econoia & Negócios, p. A23

O presidente da Vale do Rio Doce identifica na decisão os interesses de siderúrgicas européias, mas também nacionais. E cita a disputa na MRS Logística, operadora de ferrovias na qual tem como sócios grandes grupos como Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e Gerdau. ''Representamos 65% da carga transportada e 85% do lucro gerado, mas querem reduzir nossa participação na MRS'', ironiza Roger Agnelli. ''No fundo, é uma briga pelos corredores de exportação''. O executivo faz questão de desvincular os interesses da Vale das razões de Estado, mas sustenta que o projeto de transformar a ex-estatal em multinacional converge com os planos de desenvolvimento do país. ''O Brasil tem que ir no banco da frente'', resume.

Para isso, não poupa recursos para aprimorar a logística, para ele o principal nó a ser desatado. A Vale investe mais de US$ 10 milhões por dia e tem 35 mil operários a serviço de empreiteiras contratadas, espalhados por canteiros de obras de Norte a Sul. Sem falar nos 33 mil novos empregos diretos previstos para os próximos cinco anos, graças aos bilionários planos de expansão.

Manter o fluxo de produção e distribuição neste cenário é um desafio tão complexo quanto enfrentar a artilharia pesada da concorrência. Daí o interesse da companhia nas Parcerias Público-Privadas (PPPs), que permitirão diluir os riscos dos investimentos em logística, rateando os custos com o governo federal.