Título: O passo a passo da crise na saúde
Autor: Marco Antônio Martins
Fonte: Jornal do Brasil, 11/03/2005, Rio, p. A13

As negociações entre os governos federal e municipal vêm se arrastando com uma série de propostas enquanto pessoas deixam de ser atendidas nos hospitais públicos. No meio disso tudo entra a participação do governo estadual. A seguir, o vaivém das discussões: O que pediu a prefeitura:

O governo municipal levou ao Ministério da Saúde a proposta de passar a administração do Hospital do Andaraí para o governo federal. Além disso, o município pediu o aumento da verba destinada pelo ministério. Os recursos passariam de R$ 14 milhões para R$ 24 milhões.

O que propôs o governo federal:

O Ministério da Saúde ofereceu ao Rio mais R$ 46 milhões por ano para o pagamento dos salários dos servidores que trabalham em unidades municipalizadas. Além de mais R$ 93 milhões em equipamentos e reformas dos hospitais ¿ R$ 38 milhões já foram repassados. Isso sem contar o investimento de R$ 89 milhões em 2006 e 2007. O governo federal também solicitou os Hospitais da Lagoa e de Ipanema, o que representaria uma economia ao município da ordem de R$ 100 milhões.

O que ficou definido:

O governo federal decreta calamidade pública nos hospitais do município do Rio. Cinco hospitais, sendo dois municipais, serão geridos por um coordenador a ser escolhido pelo Ministério da Saúde. Além disso, sete unidades federais passarão a receber pacientes específicos da rede municipal para assim desafogar o atendimento.

Atribuição do Estado

O governo estadual, à frente o secretário de Saúde, Gilson Cantarino, será o responsável por gerir o sistema hospitalar do município do Rio e administrará a verba enviada pelo Ministério da Saúde para a cidade. O ministério também indicará uma equipe para acompanhar o investimento feito. Isso não deixa o município livre da responsabilidade sobre as unidades de saúde. Os pagamentos de médicos serão efetuados pela administração municipal.