O Estado de São Paulo, n. 46839, 13/01/2022. Economia, p. B5

Recuar é pior, diz líder da 'bancada da bala' sobre reajuste
Daniel Weterman
13/01/2022



O líder da "bancada da bala" no Congresso, deputado Capitão Augusto (PL-SP), afirmou ao Estadão/broadcast que espera pela sanção do reajuste aos policiais federais apesar dos sinais do presidente Jair Bolsonaro de que todas as categorias podem ficar sem aumento, pois não há espaço no Orçamento.

"Não acredito que o presidente vá recuar. Já tivemos uma série de perdas nesse mandato, reforma da Previdência, PEC Emergencial, a reforma administrativa que está vindo, sem nenhuma revisão inflacionária. O aceno de dar essa reestruturação das carreiras já gerou uma expectativa. Recuar seria pior."

Bolsonaro tem até o dia 21 de janeiro para sancionar ou vetar a verba no Orçamento. O ministro da Economia, Paulo Guedes, se manifestou contrário à concessão de aumento salarial para o funcionalismo neste ano. Para ele, assim como os policiais "todo mundo" exigirá reajustes.

"Não dá para saber o que se passa lá, mas sempre prevalece a vontade do Bolsonaro. Teve vários outros impasses entre o Bolsonaro e o Paulo Guedes e acaba prevalecendo a vontade do Bolsonaro", disse o deputado. "A reivindicação das demais categorias é justa, porém, nunca se dá aumento para todo mundo de uma vez só. A bancada da segurança foi uma área base do presidente."

Há hoje R$ 1,7 bilhão disponível para a concessão de aumento para servidores, sem categoria especificada.

O deputado fala em "ruído" em caso de recuo, mas disse não acreditar que o "descontentamento vá influenciar no palanque das eleições".