Correio Braziliense, n. 21171, 12/05/2021. Cidades, p. 17

 

Rodoviários entrarão na fila da vacina

José Carlos Vieira

Samara Schwingel

Ana Isabel Mansur

12/05/2021

 

 

Governador Ibaneis Rocha (MDB) adiantou ao Correio que a categoria estará entre os grupos prioritários de imunização. Por enquanto, o DF está fazendo as aplicações em pessoas com comorbidades e nos demais públicos iniciados. Mais de 532 mil receberam a primeira dose

Após afirmar que os professores devem ser vacinados contra a covid-19 até agosto, o Governo do Distrito Federal (GDF) pretende imunizar os rodoviários em seguida. De acordo com o que o governador Ibaneis Rocha (MDB) adiantou ao Correio, a categoria é a próxima a entrar na lista de prioridades. No entanto, como o DF depende do envio de doses do Ministério da Saúde, não há uma data para o início dessa fase. Por ora, o GDF está vacinando pessoas com comorbidades, além dos demais públicos já contemplados. Ontem, a capital atingiu a marca de 532.323 pessoas que receberam a primeira dose (D1) dos imunizantes e 283.561, com o reforço.

Apesar da intenção, o governador afirmou que a prioridade, após comorbidades, são os educadores. "A imunização dos professores será capaz de trazer mais normalidade à vida de todos nós, até porque vivemos um problema de saúde social com os alunos em casa", avalia Ibaneis.

O chefe do Executivo local reforça que o avanço da campanha no DF depende do envio de mais doses pelo Ministério da Saúde. "A esperança é de que venham mais vacinas para que a imunização seja mais rápida para todos, mas precisamos pensar nos rodoviários e em todos os profissionais que têm mais contato com outras pessoas", completa. Até o momento, o DF recebeu 1.001.504 doses entre CoronaVac, AstraZeneca e Pfizer. Ontem, 9.651 pessoas foram imunizadas com a D1 e 3.277, com a D2 (segunda dose).

Entre as categorias que estão sendo imunizadas, apenas os profissionais da saúde estavam previstos no Plano Distrital de Vacinação da Secretaria de Saúde, o que havia sido estimado em 101 mil pessoas. Até o fechamento desta edição, 135.113 receberam a primeira dose e 100.948, o reforço. A previsão inicial considerava apenas aqueles que atuam na linha de frente no combate á covid-19, por isso a disparidade entre o público esperado e o vacinado.

Os profissionais da segurança pública foram incluídos ao longo da campanha. Dos 16.300 vacinados, 5.488 receberam a D2. Esta categoria não estava prevista no plano Distrital de Vacinação, mas foi incluída depois por determinação do governador do DF e do Ministério da Saúde.

Além dos profissionais de saúde, 96.166 idosos com 75 anos foram vacinados e ultrapassaram a previsão inicial, que era de 80,9 mil indivíduos. Segundo a pasta, isso ocorreu devido à vacinação de moradores de outros estados no DF. Já o grupo de 60 a 74, composto por 265,2 mil pessoas, têm 241.009 vacinados com a D1.

Reações

Após análise dos relatos de reações às vacinas contra a covid-19, o sistema e-SUS, do Ministério da Saúde, associou 529 casos às aplicações. Com relação aos eventos adversos pós-vacinação (EAPV) com a CoronaVac, 288 ocorrências foram classificadas como não graves e seis graves. Das pessoas que relataram sintomas após a imunização, 52,6% informaram dor de cabeça; 21,88%, dores musculares; 16,4%, diarreia e 13,7%, reação de hipersensibilidade na pele.

A vacina AstraZeneca, por sua vez, contabilizou 114 casos como não graves e dois graves. Os sintomas mais relatados foram: dor de cabeça (42,3%), dores musculares (36,4%), febre (35,5%), diarreia (10,1%) e reação no local de aplicação (16,1%). Não houve reação de hipersensibilidade na pele após a aplicação da vacina AstraZeneca.

Apesar das reações registradas, o infectologista e professor da Universidade Católica de Brasília (UCB) Leandro Machado ressalta que isso não é motivo para deixar de se imunizar. "Toda vacina tem reação, é uma coisa que já esperamos quando começamos a vacinar. Não compensa ficar sem vacina, porque a pessoa estará mais exposta à covid-19 e com maior risco de desenvolver a forma grave da doença", explica.

8.184 mortos

Nas últimas 24 horas, o DF registrou mais 766 novos casos e 34 mortes pela covid-19. Com a atualização, a capital federal chegou à marca de 388,2 mil infecções confirmadas e 8.184 óbitos. A média móvel de casos da doença, levando-se em conta os últimos sete dias, está em 865. Enquanto a mediana de mortes, em relação ao mesmo período, é de 36,85.

A taxa de transmissão está em 0,9, o que significa que 100 pessoas transmitem o novo coronavírus para outras 90. O ideal, para o GDF, é que esse índice permaneça abaixo de 1, pois demonstra que a pandemia está desacelerando.O governador Ibaneis Rocha (MDB) estuda os dados diariamente para definir se vai flexibilizar ou não as medidas restritivas em vigor no DF. Esta semana, o chefe do Executivo local deve definir se autoriza ou não a realização de eventos com 25% da capacidade de público. "É preciso acompanhar sempre a evolução dos índices. Está na hora de flexibilizar outras atividades econômicas, a sociedade pede por isso. Se todos observarem as regras de segurança e asseio, é possível manter a doença sob controle até que a vacinação chegue a todos", disse.