Título: Onze grupos disputam licitação
Autor: Ricardo Rego Monteiro
Fonte: Jornal do Brasil, 17/03/2005, Economia & Negócios, p. A19

Apenas dois estaleiros não contarão com parceiros internacionais na concorrência da Transpetro

A licitação para construção de 42 navios da Transpetro atraiu 11 concorrentes, que apresentaram ontem as propostas de pré-qualificação. Nove grupos participarão por meio de acordos tecnológicos com estaleiros estrangeiros. Apenas a Indústria Naval do Ceará (Inace) e o estaleiro Itajaí concorrerão sem apoio técnico ou financeiro internacional.

A Transpetro pretende investir US$ 1,1 bilhão na construção dos primeiros 22 petroleiros. A expectativa é de que a primeira embarcação esteja no mar em 2006. A subsidiária de logística da Petrobras terá 45 dias para analisar as propostas e definir os pré-qualificados.

Prevista para as 15h de ontem, a licitação só pôde ser iniciada duas horas depois, com a cassação de uma ordem judicial concedida pela 22ª Vara do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro à Marítima, que questionava o processo licitatório.

Apresentaram propostas os grupos: estaleiro Rio Grande, constituído pela Aurizônia e a Cemisa; consórcio Brasfels e Kepel Fels Brasil; consórcio Rio Naval (Sermetal, MPE e Iesa Engenharia); estaleiro Inace; consórcio Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez; estaleiro Renave; estaleiro Itajaí; consórcio Rio Grande (Aker Promar e Queiroz Galvão); consórcio Nuclep, Beter Engenharia e Pem Setal; consórcio Mauá-Jurong; e Eisa (Estaleiro Ilha S.A).

Principal foco de polêmica da licitação, os ''estaleiros virtuais'', que não dispõem de base instalada no país, deverão estar presentes na disputa. Dos 11 pré-qualificados, três se enquadram nesse conceito - o consórcio Rio Grande e o estaleiro Rio Grande, que montarão unidades no município gaúcho de mesmo nome - e o consórcio da Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa, que pretendem investir em um estaleiro na Bahia. Para essa concorrência, os grupos firmaram parcerias tecnológicas, respectivamente, com a coreana Samsung e as japonesas Ishikawagima e Mitsui.

Outros grupos também firmaram contratos de associação tecnológica. Além das coreanas Hyundai Heavy Industries e Daewoo, que fornecerão tecnologia, respectivamente, para os consórcios Rio Naval e Brasfels, também está prevista a parceria do também coreano STX com o Eisa. O Ilha contará, ainda, com apoio tecnológico da brasileira Projemar. O Mauá-Jurong firmou parceria com o chinês Maric. Os estaleiros Lisnave, de Portugal, e Gdnya, da Polônia, são os únicos parceiros tecnológicos europeus. Eles fecharam com o estaleiro Renave, de Niterói, e com o consórcio liderado pela Nuclep.