O Estado de São Paulo, n. 46849, 23/01/2022. Economia, p.B3

 

 

Bolsonaro diz que corte no Orçamento será de R$ 2,8 bi

 

 

 

GUSTAVO QUEIROZ


O presidente Jair Bolsonaro afirmou ontem ter vetado despesas no valor de R$ 2,8 bilhões previstas no Orçamento de 2022. O presidente tinha prazo até sexta para sancionar a peça orçamentária e justificou o corte dizendo que foi "obrigado a vetar" os valores.

"Se eu sancionar, eu tenho de ter o recurso definido", afirmou. O texto final, com a sanção presidencial, será publicado no Diário Oficial da União

(DOU) de segunda-feira.

Bolsonaro não detalhou quais despesas devem ser cortadas, mas disse que parte dos recursos deve ser retirada das emendas de comissão do Congresso e da fatia reservada aos gastos do Executivo.

"Existe a possibilidade de esse recurso ser recomposto ao longo do ano de acordo com a nossa arrecadação", afirmou em conversa com apoiadores e a imprensa em Eldorado (SP), onde acompanhou o sepultamento de sua mãe, Olinda Bonturi Bolsonaro, na sexta-feira.

O secretário executivo da Casa Civil, Jônathas Castro, havia afirmado que os vetos ficariam na casa dos R$ 3,1 bilhões para recompor despesas obrigatórias que foram subestimadas no projeto aprovado pelo Congresso. Se confirmado, o corte não acolhe na íntegra a orientação do Ministério da Economia. O valor é menor do que os R$ 9 bilhões necessários para recompor as despesas subestimadas.

O Estadão já tinha antecipado que a recomposição seria menor e deveria ser feita com o corte nas emendas de comissão. Elas não são impositivas e, por isso, são cortadas com frequência. Por outro lado, o Planalto decidiu blindar as emendas do orçamento secreto, as chamadas verbas RP-9, que somam R$ 16,5 bilhões. O reajuste aos policiais federais, calculado em R$ 1,7 bilhão, foi incluído por meio de uma emenda de comissão.