O Estado de São Paulo, n. 46851, 25/01/2022. Metrópole, p.A17

 

 

Helicóptero do Ibama é incendiado em aeroclube

 

 

Crime


ANDRÉ BORGES


Um helicóptero do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) usado para apoiar ações de fiscalização ambientais foi incendiado na madrugada desta segunda-feira, quando estava estacionado no Aeroclube de Manaus. As informações preliminares dão conta de que ao menos dois homens entraram no local e atearam fogo na aeronave, que foi quase toda consumida pelas chamas.

Houve tentativa de incendiar um segundo helicóptero. A aeronave foi parcialmente danificada. O fogo foi debelado pelo Corpo de Bombeiros, acionado na madrugada, logo após o ato criminoso.

Até as 21 horas de ontem, o Ibama e o Ministério do Meio Ambiente não haviam se pronunciado a respeito do episódio. A Secretaria de Segurança Pública do Amazonas também não se manifestou sobre o atentado contra o Ibama.

INDIGNAÇÃO. Na superintendência do instituto no Amazonas, o clima é de indignação entre os servidores, pela fragilidade da segurança no hangar. Não houve registro de violência contra os servidores do Ibama.

Uma das hipóteses é de que o ato criminoso possa ser um gesto de vingança decorrente das operações que o Ibama e a Polícia Federal realizaram em novembro do ano passado ao longo do Rio Madeira, no Estado do Amazonas, em que foram apreendidas e destruídas (a maioria, queimada) 131 balsas de garimpo ilegal.

A base aérea onde o helicóptero foi incendiado fica localizada dentro de um aeroclube e é vinculada à Secretaria de Segurança Pública do Amazonas. As aeronaves estavam dentro do hangar até dia 20 de janeiro e foram retiradas do espaço para inspeção, para que fossem utilizadas nas próximas fiscalizações. Os dois helicópteros, que são alugados pelo Ibama, são de propriedade da empresa Helisul.

O Ibama informou que, assim que tomou conhecimento do fato, na manhã de ontem, enviou uma equipe ao local para verificar a situação. E acionou a Polícia Federal, que está investigando o caso.

Outro ataque ao instituto ocorreu em outubro de 2017, quando um escritório do Ibama e outro do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO), além de veículos, foram incendiados em Humaitá, às margens do Rio Madeira.