O Estado de São Paulo, n. 46527, 07/03/2021. Metrópole, p. A16

Brasil tem dez mil mortes em sete dias
Marco Antônio Carvalho
Paula Felix
Renata Okumura
07/03/2021



Na última semana, óbitos provocados pela covid-19 chegaram a 10.183, um novo recorde da pandemia. No total, são 264.446 vítimas

Mais de dez mil pessoas morreram no Brasil em decorrência da covid-19 nos últimos sete dias, maior registro em um período de uma semana de toda a pandemia. Os dados de ontem reunidos pelo consórcio de veículos de imprensa mostram 1.498 novos óbitos nas últimas 24 horas, totalizando 10.183 mortes desde o sábado passado. A pandemia já vitimou 264.446 pessoas no Brasil.

O País obteve pelo oitavo dia consecutivo um novo recorde na média móvel diária de mortes, que neste sábado ficou em 1.455 vítimas, segundo dados obtidos junto às secretarias estaduais de Saúde pelo consórcio formado pelo Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL. A média móvel usa dados dos últimos sete dias, corrigindo distorções que podem ser provocadas pelas variações diárias dos dados. Recordes consecutivos indicam uma tendência consolidada de alta nos óbitos provocados pela doença.

Nas últimas 24 horas, São Paulo registrou 353 óbitos pela doença, seguido por 182 no Rio Grande do Sul, 155 em Minas e 146 no Paraná, Estados que lideram as estatísticas absolutas.

Ao longo dos últimos sete dias, São Paulo respondeu por 1.989 do total de óbitos nacionais. Outros 1.027 aconteceram no Rio Grande do Sul. O Estado vive uma crise no sistema de saúde, com 100% dos 3 mil leitos de UTI ocupados. Em Minas Gerais, as mortes da semana chegaram a 928.

Fiscalização. Pelo menos 43 estabelecimentos da capital paulista foram autuados e fechados pela Vigilância Sanitária do Estado de São Paulo entre a noite de anteontem e a madrugada de ontem por descumprimento das novas normas de circulação definidas pelo governo do Estado para combater o avanço da pandemia da covid-19.

Destes, sete foram autuados por aglomerações e funcionamento após o horário permitido. Foram inspecionados bairros como Itaim Bibi, Pinheiros, Vila Mariana, Paraíso, Moema, Morumbi, Penha e Jabaquara. Desde 1º de julho do ano passado até 28 de fevereiro, já são contabilizadas 3.757 autuações, diante da constatação de aglomerações e da presença de pessoas sem máscaras.

Ontem, as regiões de comércio popular da capital tinham movimento tranquilo nos estabelecimentos com permissão para funcionar e lojas respeitando a obrigatoriedade de fechar. A reportagem, entretanto, viu portas entreabertas e ao menos duas lojas de variedades vendendo itens alimentícios para, assim, conseguir se encaixar no perfil de serviços essenciais.

A fiscalização era intensa nas regiões e era possível ver policiais militares, agentes da Guarda Civil Metropolitana e da fiscalização da Prefeitura em mais de um ponto. No Brás e também na Rua 25 de Março, era possível ver poucos estabelecimentos com discretas aberturas e algumas pessoas abordando quem passava oferecendo produtos. Na Lapa, zona oeste, as lojas afixaram avisos de que estavam fazendo vendas apenas pelo WhatsApp. A Rua Doze de Outubro estava com pouca movimentação nas ruas.