Correio Braziliense, n. 21186, 27/05/2021. Cidades, p. 15

 

DF amplia a vacinação

Samara Schwingel

27/05/2021

 

 

Pessoas de 25 anos ou mais com comorbidades poderão agendar a aplicação amanhã. A capital federal recebeu 88,5 mil doses ontem

Com a entrega de mais 88,5 mil doses dos imunizantes Oxford/AstraZeneca e Pfizer que chegaram ontem ao Distrito Federal, o governador Ibaneis Rocha (MDB) e os membros do Comitê de Operacionalização da Vacinação optaram por ampliar a campanha para as pessoas com 25 anos ou mais com comorbidades. Além disso, outros grupos serão contemplados pela nova remessa. Para os profissionais de saúde, por exemplo, o agendamento terá início às 12h de hoje. Para as pessoas com comorbidades, a disponibilização de vagas ficou para amanhã também ao meio-dia.

Segundo fontes da Secretaria de Saúde, o agendamento para o público a partir de 25 anos com comorbidades será amanhã para que a pasta tenha tempo hábil para estimar quantas pessoas dessa nova faixa etária residem no DF e, assim, destinar um número correto de doses. No dia da vacinação, é preciso apresentar o comprovante de agendamento, impresso ou pelo celular, um documento de identificação e, no caso das comorbidades, um laudo médico comprovando a doença declarada no cadastro.

O Governo do Distrito Federal (GDF) dará continuidade à imunização de outras categorias. Serão incluídos nesta etapa funcionários de órgãos federais e aqueles que têm os nomes nas listas enviadas pelos conselhos de saúde. Segundo o governador Ibaneis Rocha, também serão contemplados com as novas doses os professores e os funcionários de creches públicas e privadas — que estão sendo atendidos na Unidade Básica de Saúde 1 do Guará, conforme lista divulgada pela Secretaria de Educação.

O DF também vacinará profissionais aeroportuários que atuam no Aeroporto de Brasília, conforme orientação do 19º Informe Técnico do Plano Nacional de Imunização (PNI), do Ministério da Saúde. O detalhamento de como será o agendamento e a vacinação desse novo público será divulgado assim que finalizado pela Secretaria de Saúde local.

Ultimato

O Comitê de Operacionalização da Vacinação estuda formas de resolver a baixa procura por vacinas, identificada, sobretudo, entre os idosos de 60 e 61 anos e os profissionais de saúde, conforme afirmam fontes da Secretaria de Saúde ouvidas pelo Correio. Segundo os interlocutores da pasta, a falta de interesse destes grupos é a preferência por fabricantes.

Diante do cenário, os membros da pasta sugeriram ao secretário Osnei Okumoto que se ponha uma data limite para a vacinação. De acordo com informações preliminares, os grupos que já são do público-alvo há mais tempo teriam até 5 de junho para receberam a primeira aplicação. Caso contrário, as doses reservadas a eles seriam remanejadas. A sugestão está em análise.

O infectologista Hemerson Luz afirma que não há motivos para "escolher" qual vacina tomar. "A melhor vacina é aquela que está no posto. Seria interessante criar ações educacionais em saúde nesse sentido antes de medidas mais drásticas. Porém, é importante frisar que, neste meio tempo em que as pessoas não se vacinam por preferência a um laboratório, elas podem se infectar, o que é perigoso", ressalta.

De acordo a Secretaria de Saúde, o DF recebeu um total de 1,2 milhão de doses de vacinas. No estoque da Rede Central de Frio há 214 mil unidades, sendo 13,9 mil da Pfizer, 182,3 mil da AstraZeneca e 18 mil da CoronaVac. Ontem, 5.416 pessoas receberam a D1 e 3.724, o reforço. No total, 609 mil foram vacinadas com a primeira plicação e 311,9 mil, com a D2.

Mais de 8,5 mil mortos

A capital federal registrou 789 casos e 23 mortes em decorrência da covid-19, ontem. De acordo com a Secretaria de Saúde, 400,9 mil pessoas tiveram confirmação de infecção pelo novo coronavírus, no DF, e 8.537 morreram.

A média móvel de casos está em 823,43, valor 6,2% menor que o registrado há 14 dias. A mediana de mortes é de 19,7, o que representa uma queda de 42,2% em relação a duas semanas atrás. A taxa de transmissão do vírus está em 0,98, ou seja, 100 pessoas infectadas transmitem a doença para 98.

A ocupação de leitos de unidades de terapia intensiva (UTI) voltadas para o tratamento da covid-19, na rede pública de saúde, está em 90,77%, sendo que, dos 472 vagas, 246 estão ocupados, 25 livres e 198 bloqueados. Na rede privada, a taxa de ocupação está em 88%. Dos 312 leitos, 222 estão com pacientes, 30 vagos e 60 bloqueados.