Título: DF preserva o nível de emprego
Autor: Kelly Oliveira
Fonte: Jornal do Brasil, 12/03/2005, Brasília, p. D3
Demissões em janeiro ficam abaixo do habitual e queda fica em 0,1%, mas 228 mil ainda procuram colocação
A taxa de desemprego no Distrito Federal se manteve estável em janeiro deste ano. Ficou em 19,2%, caindo 0,1 ponto percentual em relação a dezembro, segundo a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), divulgada ontem pela Secretaria do Trabalho do DF. O número de desempregados chegou a 228,8 mil pessoas. A criação de postos de trabalho foi estimulada pela Administração Pública (10,7 mil) e Indústria da Transformação (1,9 mil). Foi o que contrabalançou a queda no nível ocupacional dos demais setores. A área de Serviços teve um decréscimo de 4,9 mil postos, seguido pela Construção Civil (3,3 mil) e Comércio (1,6 mil).
- O resultado de janeiro é um bom sinal para este ano, porque nesse período geralmente há um aumento do desemprego devido às demissões do comércio - afirma a supervisora do Dieese do DF, Lilian Arruda Marques.
Segundo Lilian Marques, o resultado de janeiro se deveu ao crescimento da economia do País. Há ainda um sinal de recuperação da renda do trabalhador brasiliense. O rendimento médio real dos ocupados em dezembro de 2004 foi de R$ 1,276 mil, o que representa um incremento de 1,4% em relação ao mês anterior. Entre os assalariados, o rendimento manteve-se estável (0,6%), com o salário médio de R4 1,443 mil.
Para a secretária de trabalho Ivelise Longhi, um dos motivos para o resultado de janeiro foi o Carnaval, realizado no mês passado na Ceilândia.
- O preparo do evento movimentou a economia do DF. Há ainda outros fatores como a estabilidade da economia e o crescimento da Construção Civil - afirma.
Ivelise explica ainda que a Secretaria de Trabalho buscará recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e realizará parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico para investirem em qualificação profissional, principalmente, para os trabalhadores das Áreas de Desenvolvimento Econômico do DF.
Entre os ocupados, os homens são 52,7% e 47,3% são mulheres. Por faixa etária, 44,85 têm idade entre 25 e 39 anos, 34% estão com 40 anos ou mais e 19,2% são jovens.
Para quem está entre os 228,8 mil desempregados, a situação se complica principalmente com o custo de se procurar emprego no DF.
- O transporte público no DF é muito caro. Isso dificulta a busca de uma oportunidade- diz a supervisora do Dieese.
A desempregada Gildete Silva Fontenele, 24 anos, sabe bem disso. Ela gasta quase R$ 15 por dia para procurar emprego. Gildete mora em Santa Maria, a 26 quilômetros de Brasília, e costuma procurar emprego duas vezes por semana, desde que perdeu o emprego de caixa de lanchonete, há seis meses.
- Tenho que vir para Brasília porque a cidade tem mais oportunidades de emprego - conta.
Gildete investe também em cursos para conseguir um emprego, mas falta ainda a experiência.
- Fiz o curso de telemarketing, mas eles exigem experiência. E aí fica difícil achar uma oportunidade- conta.