O Estado de São Paulo, n. 46532, 12/03/2021. Metrópole, p.A17

 

 

Covid mata 2.207 e cresce entre jovens

 

 


Média móvel teve 13º avanço consecutivo; secretário destaca que, em SP, 50% da ocupação de UTIs é de pessoas com menos de 50 anos

 

A média móvel de mortes por covid-19 no Brasil, que registra as oscilações dos últimos sete dias, bateu recorde pelo 13.º dia consecutivo e ficou em 1.705 nesta quinta-feira. Em 24 horas, foram 2.207 novos óbitos e 78.297 novos casos no País. E com o novo agravamento da pandemia no Brasil profissionais de saúde e autoridades relatam preocupação com a alta de jovens entre vítimas.

"Hoje, em muitas UTIs, 50% da ocupação já é composta por pessoas com idade menor que 50 anos, ou seja, mais jovens estão sendo comprometidos. Quando digo isso, são jovens de 26, 29, 30 anos que ali estão em estado muitas vezes grave", destacou ontem o secretário estadual da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn. O Estado registrou nesta quinta-feira 440 mortes por coronavírus. Outros sete superaram a barreira de 100 óbitos no dia: Rio Grande do Sul (276), Minas (263), Rio (190), Goiás (121), Bahia (115), Ceará (102) e Santa Catarina (100).

Ainda não há estudos consolidados sobre o crescimento da participação dos mais jovens. Especialistas ainda investigam se a maior presença desse grupo está ligada a uma maior exposição ao vírus – com o afrouxamento da quarentena e a frequência em aglomerações, como bares e festas – ou a novas variantes do Sars-CoV-2.

Se antes os jovens chegavam quase sempre assintomáticos, "hoje é cada vez mais comum internar pessoas desse grupo pela gravidade de casos", diz o infectologista Maurício Campos, que atua em uma UTI na Bahia. Para as famílias e pacientes mais novos, o sentimento é de surpresa, solidão e de trajetórias terminadas antes da hora.

Segundo os parentes, muitos costumavam praticar exercício físico e não tinham doenças. O Estadão conta a seguir histórias de jovens que foram internados ou perderam a vida por causa da covid. / PRISCILA MENGUE, PAULO FAVERO, LEONARDO AUGUSTO, FERNANDA SANTANA, FÁBIO BISPO e LIEGE ALBUQUERQUE, ESPECIAIS PARA O ESTADÃO