Título: Severino faz críticas ao Senado
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 19/03/2005, País, p. A4
O presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti (PP-PE), atacou ontem o Senado e rebateu as críticas contidas em nota oficial divulgada pelo PFL, durante almoço em sua homenagem oferecido pela Associação Nacional dos Policiais Federais, em Recife. Questionado sobre as críticas que vem recebendo pelos aumentos de gastos na Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti afirmou ''fazer as coisas às claras, e não às escuras, como o Senado''.
- Não tenho satisfação a dar a derrotados - disse, numa alusão PFL, que concorreu às eleições para a presidência da Câmara com a candidatura do deputado José Carlos Aleluia.
As relações entre o presidente da Câmara dos Deputados e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), estão estremecidas desde que o peemedebista se recusou a apoiar o reajuste dos salários dos parlamentares.
Na última quinta-feira, a novela ganhou novo capítulo. Apenas um dia após Severino anunciar o aumento das verbas de gabinete dos deputados de R$ 35.350 para R$ 44.187, Calheiros anunciou o corte de despesas no Senado em R$ 30 milhões.
Embora o presidente do Senado negue que o corte de despesas tenha sido uma resposta a Severino, a medida tem sido encarada como uma crítica.
Na nota oficial, o presidente do PFL, Jorge Bornhausen, afirma que Severino não possui delegação do Congresso para fazer acordo com o governo sobre a MP 232 e muito menos para falar em nome do PFL.
O presidente da Câmara reagiu com dureza:
-Se ele disse isso, é um farsante. Eu não negociei em nome do PFL e nem vou tirar as atribuições de ninguém. Ele precisa precisa tomar conta do partido dele e das derrotas que tem sofrido.
Em relação ao recuou do governo na MP 232 o presidente da Câmara afirmou que quem saiu ganhando com a decisão foi a sociedade, porque ''o governo atendeu aos reclames gerais, que encontraram eco na presidência da Câmara''. Comentando a aprovação da proposta de emenda constitucional que estabelece a inclusão de delegados de polícia, auditores tributários estaduais, advogados e defensores públicos no subteto salarial do Poder Judiciário, Severino minimizou as queixas de governadores.
- Isso não vai comprometer os Estados, eles têm que procurar reduzir os gastos. Os Estados mais pobres ganharão reajuste nos repasses depois que a reforma tributária for aprovada.
Indagado sobre o espaço do PP na reforma ministerial do governo Lula, Severino afirmou que o partido não vai requerer nada, mas tem certeza de que a legenda ganhará espaço.
- O presidente é competente e vai escolher auxiliares capazes, como os que temos no PP.