Título: Severino não quer ministério sem expressão
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Fonte: Jornal do Brasil, 21/03/2005, País, p. A4

Deputado faz o alerta no caso de o partido não ficar com as Comunicações

ANÁPOLIS (GO) - Principal interlocutor do PP na negociação com o Planalto para a reforma ministerial, o presidente da Câmara, Severino Cavalcanti afirmou ontem que o partido não aceitará assumir um ''ministério sem expressão''. Dizendo que Comunicações com o PMDB seria o ideal, Severino afirmou, porém, se contentar com um ''equivalente''. - Um partido com 54 deputados federais e com o presidente da Câmara vai ser contentado por um ministério sem expressão? Não vamos aceitar - disse.

Severino articipou de almoço com políticos que o acompanharam no 2º Encontro Regional do Partido Progressista em Anápolis e chegou à cidade acompanhado, entre outros, do deputado federal Ciro Nogueira (PP-PI), que ele bancou para ser o nome do partido que deve assumir uma vaga no ministério do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Durante a cerimônia

Severino Cavalcanti lançou, em discurso, o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), como candidato à Presidência da República. Ele sugeriu a transferência do governador tucano para o PP.

Sobre a contratação de parentes, o presidente da Câmara afirmou que os ''títulos universitários'' que seus familiares possuem justificam suas contratações, sem concurso, para cargos comissionados na Câmara e no Executivo federal.

- Todos [os parentes contratados pela Câmara]têm título universitário, todos têm bom desempenho. Todos têm aquilo que não pude conseguir devido às dificuldades da minha época - disse.

Pelo menos oito familiares de Severino Cavalcanti foram contratados sem concurso pela Câmara desde 1997, sendo que seis deles continuam nas funções com salários que vão de R$ 1.687 a R$ 7.503.

Entre os oito está o filho José Maurício Cavalcanti, na Câmara desde pelo menos 1997. Ele vai assumir agora, por indicação do pai, a superintendência do Ministério da Agricultura de Pernambuco.

- Criticam o presidente da Câmara porque ele não freqüentou a universidade. Meu filho, José Maurício, tem título universitário e defendeu tese após ter concluído o curso. Então, estou fazendo o que a sociedade quer, o que a imprensa quer - ,afirmou Severino, que não negou a influência para que o filho assumisse o cargo.

- Não escondo o que faço. Quem indicou foi Severino Cavalcanti - disse