Título: BNDES volta ao mercado
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 19/03/2005, Economia & Negócios, p. A19

Banco estuda fundo de apoio a pequenas empresas

Folhapress

SÃO PAULO - O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Guido Mantega, anunciou ontem a volta do banco ao mercado de capitais como parte de sua estratégia de negócios. Serão criados novos fundos de investimentos e outros, já existentes, serão reativados.

O BNDES é dono da maior carteira de ações do país, com participação em 136 empresas cujo valor atinge R$ 35 bilhões. Tem, ainda, 68 operações de debêntures que totalizam R$ 10 bilhões. - Queremos dar mais liquidez a essa carteira - disse Mantega ao anunciar o Plano de Ação para a Renda Variável do banco, na sede da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa).

Mantega disse que pretende colocar parte da carteira do BNDES no mercado por meio de novos fundos de investimento destinados ao pequeno e ao médio investidor, semelhantes ao PIBB (Fundo de Índice Brasil 50), lançado em julho passado, e os setoriais, anunciados na última semana.

Segundo Mantega, a atuação do banco, além de ajudar a dinamizar o mercado de renda variável, permitirá capitalizar as empresas a custos mais baixos do que o crédito bancário.

- O desafio das empresas brasileiras, hoje, é crescer e ocupar novos mercados. Para isso têm de ter um crédito barato - disse.

A estratégia de atuação do BNDES no mercado será traçada a partir de uma nova superintendência de mercado de capitais. No passado, era a BNDESPar (BNDES Participações) a responsável pelas operações do banco no mercado de renda variável. No entanto, ela acabou se tornando uma área à parte, fora do foco de negócios do banco de fomento.

A partir da próxima semana, os fundos que estavam pouco ativos, como o de venture capital, destinados a financiar empresas de pequeno porte e com talento inovador, serão reativados.

- Pretendemos atuar no fomento a pequenas empresas inovadoras em parceria com organismos multilaterais e investidores institucionais - disse Carlos Kawal, diretor financeiro do BNDES.