Título: Hospital psiquiátrico pede socorro
Autor: Lorenna Rodrigues
Fonte: Jornal do Brasil, 19/03/2005, Brasília, p. D1

Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa fará inspeção na segunda-feira

A Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa vai apurar uma série de denúncias recebidas contra o Hospital São Vicente de Paula, em Taguatinga, que atende pacientes com doenças mentais. A presidente da comissão, deputada distrital Érika Kokay (PT) fará uma visita ao hospital na segunda-feira, juntamente com representantes da Procuradoria Geral da República, da Promotoria de Saúde, do Movimento Pró-Saúde Mental e dos Conselhos Regonais do Serviço Social, de Psicologia e Medicina. - Nós vamos produzir um relatório para ser entregue aos governos distrital e federal, fiscalizar e acompanhar o cumprimento das solicitações do documento - afirmou a deputada Érika Kokay.

Segunda a deputada, os principais problemas do hospital são falta de remédios, excesso de pacientes e falta de condições de trabalho para os médicos e enfermeiros. Além disso, várias áreas do hospital são alagadas durante as chuvas, devido a inúmeras goteiras no teto. Nem os banheiros escapam. Segundo a comissão eles estariam sem condições de uso, com pias e vasos sanitários estragados. O posto de enfermagem não tem balcão para preparar medicações e nem pia para os enfermeiros lavarem as mãos após a administração de medicamentos nos pacientes.

- Nós recebemos a informação de que há pacientes tendo crises convulsivas em frentes ao hospital por falta de medicamento. É um absurdo essa situação, um desrespeito que tem que acabar - disse a deputada.

Érika acrescentou que vários pacientes poderiam ter alta mas não têm remédios para levar para casa.

- Nós sabemos que a demanda no hospital é muito grande, principalmente com o fechamento de outros hospitais psiquiátricos, mas a situação do hospital era anunciada. Se verificaram a existência de goteiras na época da seca era óbvio que o hospital alagaria com a chuva. A crise no São Vicente de Paula é o reflexo de toda uma crise na saúde do DF - disse a deputada.

A assessoria da secretaria de Saúde informou que o diretor do hospital, Márcio Crispim e o secretário em exercício, Mário Horta, não dariam entrevista por conta da reforma administrativa que estava em curso no governo, sob o comando do governador Joaquim Roriz. Somente ontem, foi confirmado o nome do secretário de projetos especiais, José Geraldo Maciel, par substituir o ex-secretário Arnaldo Bernardino à frente da Saúde.