Título: BC aposta em alta na entrada de recursos
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Fonte: Jornal do Brasil, 22/03/2005, Economia & Negócios, p. A17

Mesmo com a redução em 15% no investimento estrangeiro direto em fevereiro, que passou de R$ 1,02 bi para R$ 869 milhões, ante o mesmo mês do ano passado, o BC elevou de US$ 14 bi para US$ 16 bi sua projeção para o ingresso de investimentos estrangeiros diretos no Brasil neste ano. Segundo o BC, a mudança se explica, principalmente, por dois fatores: os resultados registrados no início deste ano, que têm ficado acima do esperado inicialmente, e a fusão da AmBev com a cervejaria belga Interbrew.

Entre janeiro e fevereiro, o fluxo de investimentos ficou em US$ 2,088 bilhões. Neste mês, de acordo com o BC, deve ser investido mais US$ 1,3 bilhão, o que levará o resultado acumulado no ano para US$ 3,4 bilhões, com aumento de 25% em relação aos primeiros três meses de 2004.

O chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, disse que esses números representam ''indicação de que os investimentos estão voltando a fluir com normalidade'' para o Brasil.

Além disso, diz, o BC passou a contar com um adicional de US$ 1 bilhão que deve vir da fusão da AmBev com a Interbrew. No ano passado, a mudança no controle da empresa havia resultado num negócio de US$ 4,89 bi.

O aumento no fluxo de investimentos para o Brasil, somado aos bons resultados da balança comercial, tem ajudado a reforçar as reservas em moeda estrangeira do governo. Além disso, estima-se que, neste ano, o BC já tenha comprado mais de US$ 8 bilhões. Com isso, as reservas internacionais, que no fim de 2002 estavam em US$ 14,2 bilhões, estão em US$ 33 bilhões - já excluídos desses valores os recursos emprestados pelo Fundo Monetário Internacional. Segundo o BC, o ingresso de dólares deve superar a remessa em US$ 13,8 bilhões no ano.

Com Folhapress