Título: Cesar cresce, apesar da intervenção
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Fonte: Jornal do Brasil, 23/03/2005, País, p. A2

A pesquisa CNI/Ibope divulgada ontem mostrou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria a vitória garantida no primeiro turno das eleições presidenciais de 2006 apenas em um de três cenários. Apesar de manter a liderança, o desempenho eleitoral de Lula foi inferior ao da última pesquisa, de novembro. As três simulações eleitorais para 2006 diferem pelo candidato do PSDB que enfrentaria Lula. O presidente garantiria a reeleição no primeiro turno apenas contra o governador de Minas Gerais, Aécio Neves. Lula teria 39% e Aécio, 7%. Os três outros candidatos propostos foram Anthony Garotinho, com 12%, o prefeito do Rio, César Maia, com 13% e a senadora Heloísa Helena, com 4%.

Se o candidato fosse o prefeito de São Paulo, José Serra, haveria segundo turno, com 39% dos votos para Lula e 27% para Serra. Os outros candidatos somariam 18%.

Na simulação em que Lula concorre contra o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, a ocorrência de segundo turno fica dentro da margem de erro da pesquisa, de 2,2 pontos. Lula teria 42% contra Alckmin, Garotinho e César Maia empatados com 12%.

A pesquisa mostra que as intenções de voto no prefeito do Rio aumentaram muito e chegam a empatar com Alckmin em uma das simulações. Segundo Amauri Teixeira, diretor-executivo da MCI, que fez a análise dos dados, o crescimento de Maia pode ter relação com a grande exposição do prefeito nos meios de comunicação quando apareceu no horário eleitoral do PFL.

A pesquisa foi realizada entre os dias 10 e 14 de março, período em que o governo federal já havia realizado a intervenção nos hospitais do Rio.

- Não se pode dizer que a intervenção ajudou o prefeito, porque não há dados das semanas anteriores.

Apesar doo crescimento, Cesar partiu para ataque frontal contra o governo federal. Para ele, a intervenção na rede municipal de saúde foi um ''jogo sujo'' para impedir seu crescimento.

- Quando anunciaram o decreto de intervenção nos hospitais, me disseram que se tratava de uma tentativa para impedir que meu nome continuasse a crescer nas pesquisas. Não acreditei, porque seria um jogo sujo demais. Depois de conhecer os números, vejo que não pode ser mera coincidência - afirmou Cesar.