Título: ''Não existem mais índios puros no país''
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 23/03/2005, Internacional, p. A9
Sob os pseudônimos de NativeNazi e todesengel , o que significa Anjo da Morte em alemão, Jeff deixou por escrito sua profissão de fé no movimento neonazista. Ele, que usava sempre um jaquetão preto de couro e botas de combate, adorava Marilyn Manson e também costumava fazer desenhos com cenas de tiroteios e zumbis. Depois do incidente, os colegas se lembravam de sinais de que algo poderia acontecer. No mais recente, o jovem pregou um desenho em uma das salas na qual havia a figura de um esqueleto tocando guitarra. Sob ele, uma frase: ''Cante a marcha fúnebre até que suas botas estejam cheias de sangue''. Além disso, havia deixado recentemente no site nazista ao qual estava associado uma ameaça implícita ao próprio colégio:
- Estão me acusando de ser uma ameaça, porque sou nacionalista. Dizem que a escola será atacada no dia 20 de abril, aniversário de Hitler. Adivinhe em quem cairá a culpa?
- Como resultado da mistura racial e da dominância cultural, não há mais índios de sangue puro neste país. Onde vivo, menos de 1% das pessoas fala a língua original e muitos querem ser negros por causa do rap. Temos garotos se matando em brigas simplesmente por acreditarem que estão seguindo a influência do rap - escreveu o atirador no site do grupo Libertarian National Socialist Green Party , baseado no Texas, em mensagem do ano passado. - Sob um governo nacional-socialista as coisas para nós melhorariam muito. Por isso apóio o nazismo como nativo americano nacional-socialista, as pessoas são tão mal informadas e ignorantes que fazem da nossa vida um inferno - completou, antes de acrescentar sua admiração pelo líder do III Reich.
- Sempre fui educado a acreditar que os nazistas eram o diabo, e que Hitler era o pior de todos. Mas obviamente não acreditei nem um segundo. E ao me informar sobre os ideais do terceiro Reich, comecei a entender que os nazistas queriam realmente melhorar o mundo - completou.
A associação, em nota, afirmou que Weizer era ''muito inteligente e contemplativo'' e seus pensamentos ''refletiam a frustração com uma política populista e com a arrogância materialista da sociedade moderna''.