Título: Os 36 anos da ECT
Autor: João Henrique de Almeida Sousa*
Fonte: Jornal do Brasil, 23/03/2005, Outras Opinião, p. A13

Presidente dos Correios

A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) completou, no dia 20 de março, 36 anos de existência. Em 1969, o Brasil realizou uma importante reformulação dos seus serviços postais. Deixávamos para trás a estrutura anacrônica e deficitária de uma autarquia - o antigo Departamento de Correios e Telégrafos (DCT) para vermos surgir uma empresa pública com novos conceitos de trabalho e de organização, determinada a buscar níveis crescentes de qualidade, produtividade e lucratividade.

Pode-se afirmar que a história da ECT é a história de uma instituição que, premida pelas circunstâncias, soube encontrar as soluções para enfrentar as dificuldades de cada conjuntura, no momento certo e na medida adequada.

E o momento atual não é diferente. Os indicadores da empresa, em geral, mostram que a empresa está avançando e conquistando novas marcas, mas, também é verdade, tem graves desafios a vencer.

Em 2004, a empresa deu prosseguimento ao seu processo de modernização e se lançou num vigoroso esforço de ampliação de suas fontes de receita com a criação de novos serviços, a fim de fazer face às novas demandas de um mercado cada vez mais exigente e complexo. Fechou o exercício financeiro, mais uma vez, de forma superavitária, com uma receita de R$ 7,6 bilhões e despesa de R$ 7,3 bilhões, com resultado líquido de R$ 316,9 milhões. Para 2005, estima-se uma receita de R$ 8,5 bilhões e despesa de R$ 8,1 bilhões. Os investimentos foram de R$ 250,2 milhões e estima-se, para 2005, R$ 663 milhões. O tráfego postal, em 2004, foi de 8 bilhões de objetos e se prevê para 2005, 8,1 bilhões.

Confirmando sua liderança como maior empregadora do país, a empresa fechou 2004 com 107.836 empregados, com previsão para 2005 de 108.675. A modernização da empresa está sendo feita, sobretudo, nas suas redes de atendimento, logística e distribuição, por meio do uso intensivo da tecnologia da informação e comunicação, com o objetivo de preparar-se para o ambiente da nova economia e atender à crescente demanda de seus clientes em um ambiente cada vez mais competitivo.

No campo da infra-estrutura de tecnologia da informação, foi implantada a Rede Corporativa de Dados, Voz e Imagem, integrando todas as unidades de atendimento e unidades operacionais, com mais de seis mil pontos interconectados, constituindo-se, sem dúvida, na maior rede do gênero em operação em tempo real do país.

No campo da infra-estrutura de logística e transporte, foi implantado um moderno e abrangente sistema de rastreamento de objetos que permite o acompanhamento dos objetos registrados e encomendas, durante todo o processo postal, e a disponibilização de consulta via Internet. Os cerca de 30 milhões de objetos tratados diariamente chegam aos seus destinatários com alto padrão de qualidade graças a uma rede de transporte composta de 31 aeronaves, 9,9 mil motos, 23,2 mil bicicletas, 5 mil veículos leves e pesados, 984 centros de tratamento e distribuição de cartas e encomendas e um contingente de 52 mil carteiros.

Na área de atendimento, está em pleno processo de implantação de um Sistema Automatizado da Rede de Atendimento que, ao seu término, irá possibilitar que todas as agências dos Correios realizam suas operações em tempo real. Além disso, a empresa conta com um dos mais modernos Serviços de Atendimento ao Cliente, operando com uma estrutura de call center corporativo (0800570100) com índices de efetividade de atendimento às demandas dos clientes que ultrapassa os 85%.

Os desafios e as dificuldades que a empresa está enfrentando são próprios do seu processo de desenvolvimento e expansão. Acima de tudo, há um grande otimismo nos empregados e dirigentes dos Correios quanto ao futuro da instituição. A marca ''correios'' é um nome respeitável e o mercado postal tem ainda muito espaço para ser explorado. Enfim, o Brasil pode continuar acreditando na sua Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos.

*João Henrique de Almeida Sousa foi deputado federal e ministro dos Transportes