Título: Doce aquisição
Autor: Samantha Lima
Fonte: Jornal do Brasil, 28/03/2005, Economia & Negócioos, p. A18

Uma das maiores empresas do setor sucroalcooleiro do país, o Grupo Cosan foi um dos atores do cenário de fusões e aquisições no início deste ano. Responsável anualmente pela colheita de 30 milhões de toneladas de cana-de-açúcar e pela produção de 2,5 milhões de toneladas de açúcar, além de 1 bilhão de litros de álcool, o grupo investiu na aquisição da 13ª usina, a Destilaria Tietê. Localizada em Araçatuba, no interior de São Paulo, a unidade colhe 1,2 milhão de toneladas de cana-de-açúcar e produz 60 mil toneladas de açúcar por ano.

- Exportamos 85% da nossa produção. Precisamos crescer e a região de Araçatuba é uma das que possuem grande área disponível para o plantio da cana-de-açúcar. Por isso, investimos nessa nova unidade, mesmo que ela não seja dotada de uma infra-estrutura de escoamento da produção. A partir daí, vamos usar as Parcerias Publico Privadas (PPPs) para montarmos um sistema de escoamento via hidrovias e ferrovias - explica Pedro Isamu Nizutani, diretor do Grupo Cosan, sem revelar as cifras que envolveram o negócio.

A disposição em vencer o desafio logístico criado pela aquisição da nova unidade é motivada em parte pelo mercado interno, mas a grande expectativa é mesmo com o mercado externo, em especial a União Européia.

- Com o aumento da renda, o consumo de açúcar certamente terá uma elevação por conta do seu uso na produção de doces e refrigerantes, entre outros. Mas é na união Européia que vemos as grandes oportunidades. Estamos incrementando nossa produção na expectativa da queda das barreiras comerciais e dos subsídios. Também apostamos que o álcool será o combustível do futuro e que esses países usarão de forma crescente tal produto, que além de farto, é menos poluente - diz Nizutani.