Título: Brigada tenta preservar mananciais
Autor: Danyella Proença
Fonte: Jornal do Brasil, 28/03/2005, Brasília, p. D6

Caesb expõe a secretário do Meio Ambiente plano de contingência para lutar contra poluição da água que abastece DF

A iniciativa de criar uma brigada de combate para prevenir acidentes nos mananciais que abastecem o Distrito Federal, selada com a assinatura do convênio entre o Ibama e a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), terá em breve a Caesb como aliada. É que a empresa já havia lançado, no final de 2003, o chamado Plano de Contingência. O trabalho lista os pontos mais vulneráveis do DF em relação aos mananciais, apresenta medidas para a prevenção de desastres ambientais e maneiras de controlá-los, caso aconteçam.

O plano levou cerca de sete meses para ser elaborado e envolveu funcionários de todos os setores da Caesb, além da Defesa Civil, o Corpo de Bombeiros e o próprio secretário de Meio Ambiente da época, Jorge dos Reis Pinheiro. De acordo com o presidente da Caesb, Fernando Leite, o plano de contingência da empresa já abrange todas as medidas anunciadas pelo Ibama e pela Semarh:

- Já está tudo pronto. Ficamos surpresos por não termos sido envolvidos nesse convênio, porque tanto a Semarh quanto o Ibama tinham conhecimento do trabalho. É importante frisar que não queremos confrontar ninguém, mas sim prestar nossa contribuição. Já dissemos isso para o novo secretário, Antônio Gomes, e estamos prontos para começar os trabalhos - destacou Fernando Leite.

Segundo o coronel Jair Tedeschi, um dos coordenadores do plano de contingência da Caesb, já existe uma reunião marcada para hoje com o objetivo de apresentar o projeto ao novo secretário de Meio Ambiente. Tedeschi reiterou a intenção de realizar um trabalho conjunto, auxiliando o Ibama e a Semarh.

Para Eliane Barreto, que também gerenciou o plano desde a criação, o trabalho da Caesb foi pioneiro entre as empresas de saneamento de todo o Brasil. Eliane salientou como trunfo o caráter global do projeto, que não se foca apenas na prevenção e controle de situações específicas:

- Procuramos abordar todas as fragilidades, envolvendo a questão das rodovias próximas aos mananciais, o armazenamento e transporte de produtos químicos, incêndios florestais e a as adutoras. Fomos além. O plano é muito completo e prevê tudo o que o Ibama e a Semarh disseram que pretendem fazer - afirmou Eliane Barreto.

O gerente-executivo substituto do Ibama-DF, Luís Eduardo Nunes, declarou que o órgão vinha acompanhando o trabalho da Caesb, mas que a articulação para a assinatura do convênio foi feita entre o Ibama nacional e o Ministério do Meio Ambiente. Para Nunes, o convite para que a Caesb faça parte do acordo é apenas uma questão de tempo, mas deve partir do GDF:

- O convite deva partir da Semarh e acredito que em breve isso será feito. Esse plano de contingência foi mais um instrumento que reforça a questão das emergências ambientais. Não chega a ser uma concorrência, mas uma soma de esforços - salientou.