Título: Perseguição religiosa continua
Autor: Olivia Hirsch
Fonte: Jornal do Brasil, 27/03/2005, Internacional, p. A11

Estima-se que seja três vezes maior o número de chineses cristãos que prefere freqüentar as chamadas ''igrejas residenciais'' ou ''familiares'', em detrimento às igrejas oficiais. No entanto, a ilegalidade que permeia tais congregações, que não são monitoradas pelo governo nem tem seus fiéis registrados, faz com que a perseguição por parte do Estado ainda seja uma realidade na China, apesar de a própria Constituição do país, em seu 36º artigo, determinar que ''os corpos religiosos e os assuntos religiosos não devem ser submetidos a qualquer interferência ou dominação externa''.

- Nosso padre foi preso em 2003 e fomos proibidos de freqüentar a igreja porque havia detenções - comenta a funcionária pública Luo Yang.

David Aikman, autor do livro Jesus in Beijing, comenta que vários dos líderes religiosos que entrevistou foram presos depois da publicação do material.

- A pressão para acabar com as congregações que não são registradas e com os treinamentos de líderes se intensificou ultimamente na China. Também ficou mais difícil a vida de cristãos proeminentes. Mas acredito que seja algo temporário.

Mas, segundo Aikman, a perseguição religiosa não se dá de maneira ''universal'' no país. O autor afirma que há fábricas onde se pode encontrar uma pequena igreja e que cristãos podem ser ''surpreendentemente ativos'' nas universidades, já que estão de certa forma protegidos por uma instituição.

- O Cristianismo não tem o direito de ser publicamente visível na sociedade chinesa - comenta o finlandês Miikka Ruokanen, professor visitante no Seminário União Teológica de Nanjing, na China. (O.H.)