Título: A novela da MP 232
Autor: Paulo de Tarso Lyra, Sérgio Prado e Daniel Pereira
Fonte: Jornal do Brasil, 30/03/2005, País, p. A3

NO APAGAR DAS LUZES O governo promete corrigir a tabela do Imposto de Renda na fonte em 10%, edita a MP 232, em 30 de dezembro de 2004, com esse desconto, mas embutindo um aumento de arrecadação para os prestadores de serviço. A mudança atingiria em cheio os profissionais liberais (médicos, dentistas, advogados) que possuem uma empresa para prestar serviços como terceirizados.

A DESCOBERTA

Ao longo do mês de janeiro, os setores afetados com o aumento de imposto vão descobrindo o ¿saco de maldades¿ e começam a protestar de maneira isolada. A MP previa, por exemplo, que as empresas da agroindústria que comprassem mercadorias de produtores pessoas físicas teriam de fazer a retenção de 1,5% do IR na fonte, com limite de isenção de até R$1.164. A novidade provocou a reação dos produtores rurais

O MOVIMENTO

Os vários protestos isolados tomam forma de um movimento organizado, capitaneado pela Associação Comercial de São Paulo e pelo PFL, com participação da Fiesp e de associações de classe

APOIO SEVERINO

Eleito presidente da Câmara, Severino Cavalcanti embarca na onda do movimento e apóia as tentativas de acabar com o aumento de arrecadação da MP

A REAÇÃO

O governo reage primeiramente tentando explicar que os setores afetados pagam menos imposto do que os assalariados e, depois, fazendo concessões para tentar salvar a medida provisória

O ENTERRO

Após várias tentativas, governo percebe que corre o risco de ver aprovado apenas o desconto na tabela do IR, sem a compensação, e decide enterrar a MP 232