Título: Prestadores de serviço têm alívio
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 30/03/2005, País, p. A4

A retirada da MP 232 da pauta do Congresso animou e trouxe alívio aos prestadores de serviço. Com o risco de arcar com uma carga tributária ainda maior, Manoel Alvarez, 56 anos, que presta serviços bancários, pensava até em se tornar autônomo.

- A MP encarecia muito os impostos, já excessivamente altos. Por causa dela, pensei até em deixar de ser legalizado e passar a ser autônomo, mas acredito que agora não seja mais necessário - acredita.

A decisão do governo de retirar a medida da pauta, entretanto, não foi totalmente convincente. Para o advogado autônomo Nelson Luís, de 40 anos, é necessário aguardar para ver o resultado da reformulação que deve ser feita pelo Planalto.

- Pretendia virar pessoa jurídica, como prestador de serviços, até o surgimento da MP 232. Desde então, tinha desistido. Agora, ficarei aguardando o governo reformula-la, porque tudo é possível neste governo - acusa.

O movimento contra os prestadores de serviço sacudiu o país nos últimos meses, sobretudo depois da vitória de Severino Cavalcanti, na Câmara. Para Maurício Veiga, 42 anos, prestador de serviços e dono uma promotora de crédito pessoal, o mais grave é que a medida atingiria justamente os menores empresários, que não têm empregados.

- Como não tenho empregados, apenas presto serviços, a MP 232 seria péssima.

As críticas à carga tributária, considerada extremamente alta até mesmo pelo governo, são onipresentes. Para o advogado Nelson Luís, esse é o principal fator dos altos índices de sonegação encontrados no país:

- Não há nenhuma perspectiva de diminuição da carga tributária e por isso o índice de sonegação no país é tão alto.