Nº de óbitos registrados em 24 horas é o maior desde o início da pandemia; colapso de hospitais ocorre em várias regiões do País

Paulo Favero

Mateus Vargas / BRASÍLIA

O Brasil registrou ontem 3.668 novas mortes pela covid-19, maior número para um período de 24 horas em toda a pandemia. Um novo recorde também foi alcançado na média móvel diária, que leva em consideração dados dos últimos sete dias e chegou a 2.728 vítimas.

As mortes registradas ontem no País quase superaram a soma dos óbitos de outros nove países: Estados Unidos (815), Itália (529), Polônia (461), Rússia (409), Índia (355), França (348), Ucrânia (286), Hungria (274) e Alemanha (234). O Brasil ocupa hoje a liderança mundial no ranking de mortes diárias pela doença. Todos os outros nove países da lista somaram 3.711 mortes, segundo dados do Worldometers.

O total de novas infecções notificadas nas cidades brasileiras ontem foi de 86.704. O Brasil acumula 317.936 mortos e 12.664.058 casos, a segunda nação com mais registros, atrás apenas dos Estados Unidos. Pelo Brasil, várias regiões reportam colapso dos hospitais.

Os dados Brasil são do consórcio de veículos de imprensa formado por Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL, que reúnem balanços de 27 secretarias estaduais de Saúde. Segundo o Ministério da Saúde, há 11.074.483 recuperados da doença.

O Estado de São Paulo registrou ontem mais um número muito elevado, seu novo recorde de mortes por coronavírus, com 1.209. Outros oito Estados também superaram a barreira de 100 óbitos no dia: Rio Grande do Sul (412), Rio (283), Paraná (231), Goiás (177), Santa Catarina (158), Ceará (143), Minas Gerais (127) e Bahia (120).

Reunião. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, fez ontem uma videoconferência com o infectologista Anthony Fauci, responsável pela estratégia de combate à covid-19 no governo Joe Biden, dos Estados Unidos.

Diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos EUA, Fauci tem demonstrado preocupação com o quadro da pandemia no Brasil. No dia 24, ele afirmou que faria reunião com autoridades brasileiras. “Estamos bem preocupados com a situação difícil do Brasil e iremos discutir formas de ajudar o país”, afirmou o infectologista à imprensa nesta data.

Procurada, a Saúde não informou a pauta da reunião e se houve algum encaminhamento. O ministro Queiroga disse anteontem que negocia uma “permuta” de vacinas com os Estados Unidos, para antecipar a chegada de doses ao Brasil, mas não entrou em detalhes sobre esta conversa.

Queiroga também se reuniu com o embaixador dos Estados Unidos, Todd Chapman. O Estadão apurou que o governo Biden tem apontado impedimento legal para exportação de doses da covid-19.

O governo americano tem sido pressionado a compartilhar doses de vacina com nações pobres e em desenvolvimento, conforme consegue avançar na imunização da própria população. O ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo havia dito que considera “difícil” a liberação de vacinas pelos americanos.

Agravamento 

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Estados têm pico da média semanal de mortes: São Paulo, Tocantins, Piauí, Paraíba, Minas, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Goiás, Distrito Federal e Espírito Santo.