Título: Mais prazo para a reforma do GDF
Autor: Mariana Santos
Fonte: Jornal do Brasil, 30/03/2005, Brasília, p. D3
Roriz troca administradores regionais, proíbe que subam em palanques e avisa que só concluirá mudanças em 15 dias
O governador Joaquim Roriz esticou o prazo que ele mesmo tinha fixado para definir a reforma do secretariado e das administrações regionais. Avisou ontem que em 15 dias pretende concluir as mudanças, previstas anteriormente para esta semana. Na manhã de ontem, Roriz reuniu-se na residência oficial de Águas Claras com os 28 administradores. Cobrou uma administração mais ''técnica'' e proibiu palanques eleitorais nas cidades até que os administradores tenham uma sinalização do Palácio do Buriti. Diante da unânime reclamação sobre dificuldades de relacionamento entre a Secretaria de Fiscalização de Atividades Urbanas (Sefau) e as administrações, decidiu reduzir o órgão a uma subsecretaria vinculada à Secretaria de Coordenação das Administrações Regionais (Sucar), comandada por Vatanábio Brandão, que também esteve na reunião. Anunciou ainda que a Secretaria Extraordinária de Projetos Especiais não será mais submetida ao Planejamento, e estuda um nome para a pasta.
A exemplo dos secretários, todos os administradores colocaram seus cargos à disposição. A primeira troca saiu publicada ontem no Diário Oficial do DF: no lugar de Antônio Alves do Nascimento, indicação do deputado federal José Roberto Arruda (PFL), entra Cícero Neildo Furtado a pedido do distrital Wilson Lima (Prona), no processo de acomodação da base governista.
- Ainda há administrações não preenchidas, e vou fazê-lo atendendo aos parlamentares - disse Roriz, referindo-se a Águas Claras, Jardim Botânico e Itapuã.
O governador falou sobre o encontro à saída de uma visita que fez ao presidente do Senado, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), em seu gabinete, no início da tarde. Segundo Roriz, o gesto foi uma ''cortesia'', mas ele aproveitou a oportunidade para tentar articular uma possível indicação do deputado federal Tadeu Filippelli, seu aliado, para a liderança do PMDB na Câmara dos Deputados.
- Renan acha que tem de esperar mais um pouco para acionar esse trabalho de lideranças partidárias, até que as coisas acalmem. Há desconforto com essa postura (de não ter havido a reforma ministerial), mas ele apóia a governabilidade. Vou ajudá-los na escolha de um novo líder dentro da minha limitação e possibilidade. Sugeri na conversa um homem que tem acesso a todas as alas do partido, que é o Tadeu Filippelli. Ele achou muito bom - afirmou Roriz. Para articular o nome do pré-candidato à sucessão do GDF, o governador estaria articulando ainda um encontro com outro cacique da sigla, o senador José Sarney (PMDB-AP).
Reajuste --Segundo pessoas ligadas ao governador, também entrou em pauta o atraso do Palácio do Planalto na edição de uma medida provisória autorizando aumento de 17% nos salários de policiais civis, militares e bombeiros do DF, anunciado por Roriz em janeiro para começar a vigorar no dia 1º de fevereiro. A ajuda de Calheiros, que tem diálogo com o governo federal, traria resposta imediata com vistas à eleição do Sindicato dos Policiais Civis, marcada para hoje e disputada por seis chapas.
Sobre o pedido de unidade que fez aos pré-candidatos ao Buriti na semana passada, por meio de uma nota, Roriz reforçou que será importante ter um único candidato para evitar o segundo turno. Reconheceu a dificuldade de frear as candidaturas, mas ressaltou que o processo de sucessão não foi deflagrado.
- Não foi deflagrado porque eu não tenho candidato. Quando eu me definir, entre o fim deste ano e o princípio do outro, será medido quem é que tem mais força - avaliou.