Título: CSN embarcará soja por Sepetiba
Autor: Ricardo Rego Monteiro
Fonte: Jornal do Brasil, 29/03/2005, Economia & Negócios, p. A18

Siderúrgica vai investir R$ 460 milhões na construção de dois terminais para grãos e minério de ferro

A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) decidiu embarcar no boom da soja e investir na construção de um terminal para escoamento do produto no Porto de Sepetiba, no município de Itaguaí (RJ). O empreendimento constitui apenas um dos projetos previstos pela empresa do empresário Benjamin Steinbruch no segmento de logística, que receberá R$ 460 milhões de investimentos nos próximos meses. Com esses recursos, outro terminal, para movimentação de minério de ferro, também será construído pela CSN em Sepetiba, onde opera os terminais de Contêineres (Tecon) e de Carvão (Tecar). Por meio do novo terminal de soja, a empresa prevê movimentar 10 milhões de toneladas por ano do grão. O de minério deverá movimentar cerca de 30 milhões de toneladas anuais da commodity. Os dois terminais deverão começar a operar no início de 2006, mas a expectativa é de que alcancem a capacidade plena em 2008.

- É um projeto ambicioso de exportação que irá transformar-se em forte gerador de emprego e renda, contribuindo também com mais de US$ 5 bilhões ao ano em exportações para o país - afirma o secretário estadual de Energia, Indústria Naval e Petróleo do Rio de Janeiro, Wagner Victer.

O acesso da soja e do minério ao porto se dará por meio da ferrovia operada pela MRS Logística, empresa na qual a CSN detém 32% de participação. Na avaliação do secretário, isso representará um diferencial em favor dos novos terminais, uma vez que parte da soja escoada pelos portos de Santos e Paranaguá (PR) chega por meio de caminhões. Isso tem provocado problemas de congestionamento nos portos, que não têm recebido investimentos em suas infra-estruturas.

Por conta desses novos projetos, a MRS também deverá investir na duplicação da capacidade de transporte no acesso ao porto, principalmente no trecho entre a Serra das Araras e Barra do Piraí. Victer acredita que o terminal constituirá o embrião do projeto da usina siderúrgica que a CSN pretende construir em Sepetiba.

Os terminais movimentam cerca de 100 mil contêineres por ano, além de 1 milhão de toneladas de produtos siderúrgicos e 5,5 milhões de toneladas de granéis provenientes da Austrália, Golfo do México, Canadá e Estados Unidos. Com os investimentos também previstos para o Tecon, a expectativa é de que a unidade possa movimentar até 600 mil contêineres por ano e 2,5 milhões de toneladas de produtos siderúrgicos.