Título: Furlan de olho na China
Autor: Karla Correia
Fonte: Jornal do Brasil, 29/03/2005, Economia & Negócios, p. A20
Ministro rechaça salvaguardas para frear importações
O ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, reconheceu ontem que o governo está acompanhando de perto o crescimento das importações na balança comercial brasileira, sobretudo de produtos provenientes da China, mas refutou a hipótese de adotar salvaguardas para preservar a indústria nacional. Apesar do incremento nas importações provenientes do país asiático, a balança comercial registrou na quarta semana de março resultado positivo de US$ 902 milhões. O superávit acumulado no ano chegou a US$ 7,992 bilhões - é 40,26% superior ao saldo de igual período de 2004.
Furlan ainda confirmou a revisão da meta das exportações para esse ano, que sobe para US$ 112 bilhões.
A meta anterior, para 12 meses, de US$ 100 bilhões, foi alcançada em fevereiro, motivo que levou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a reunir os principais exportadores do país ontem, no Palácio do Planalto, para comemorar os resultados da balança comercial.
- Chegamos atrasados. Marcamos a reunião para comemorar os US$ 100 bilhões, mas passamos os US$ 101 bi na semana passada - brincou Furlan, antes de se encontrar com os representantes dos principais setores exportadores do país.
Mas mesmo com todo o clima de otimismo, o presidente ouviu muitas reclamações dos empresários, principalmente quanto a problemas na infra-estrutura e sobre a carga tributária.
A reunião com os empresários aconteceu após o lançamento do projeto ''Viva Brasil'', convênio entre a Agência de Promoção de Exportações (Apex), os ministérios do Desenvolvimento e da Cultura, a rede de supermercados brasileira Pão de Açúcar e o grupo francês Casino, que pretende promover produtos industriais, culturais e turísticos brasileiros na França.
A parceria prevê a exportação e comercialização de 230 diferentes tipos de produtos brasileiros em 4,9 mil pontos de venda na França, entre hipermercados, supermercados e lojas de conveniência, beneficiando 62 empresas brasileiras de pequeno e médio porte. A idéia é aproveitar o volume de visitantes que a França recebe todo ano, e fazer da campanha uma ''vitrine mundial'' para os produtos brasileiros, segundo Furlan.