Correio Braziliense, n. 21340, 19/08/2021. Brasil, p. 7

3ª para prioritários
Maria Eduarda Cardim
Gabriela Bernardes
19/08/2021



O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou ontem que a aplicação da terceira dose da vacina contra o novo coronavírus começará pelos grupos prioritários. Apesar de não estar decidido o calendário de aplicações, os primeiros na fila são os profissionais de saúde e os idosos. Ontem, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendou que a pasta avalie aplicar o reforço em pacientes imunossuprimidos e idosos, especialmente acima de 80 anos, que tomaram as duas doses da CoronaVac.

O Ministério da Saúde realiza um estudo com 1,2 mil voluntários para avaliar a necessidade de uma terceira dose para quem tomou a vacina fabricada pelo Instituto Butantan. A pesquisa, feita com pessoas com mais de 18 anos que receberam as duas doses da CoronaVac há pelo menos seis meses, vai verificar a intercambialidade de fármacos. Ou seja, a aplicação de uma terceira dose da vacina da Pfizer, da AstraZeneca e da Janssen em pessoas que tomaram as duas da CoronaVac.

A Anvisa, porém, rejeitou o uso emergencial da vacina do Butantan em crianças a partir de três anos. Ontem, por unanimidade, a agência considerou que ainda não há dados suficientes para aprovar a aplicação neste grupo, que inclui os adolescentes até 17 anos.

Em reunião extraordinária, a diretora-relatora Meiruze Freitas votou contrariamente. Para sustentar sua decisão, lembrou que, como exposto na Lei 14.124/2021, a autorização para uso emergencial de quaisquer vacinas e medicamentos contra a covid-19 só é possível caso o produto tenha estudo clínico de fase 3 concluído ou resultados provisórios de um ou mais estudos clínicos.

Com o veto, a única vacina para a covid-19 aprovada pela Anvisa para ser usada em adolescentes é a da Pfizer — que pode ser aplicada na faixa de 12 a 17 anos e já vem sendo oferecida para a imunização de adolescentes com e sem comorbidades.