Título: Com pauta trancada, votação de André Luiz é adiada
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Fonte: Jornal do Brasil, 01/04/2005, País, p. A4

No Rio, caso Calazans também é transferido por, pelo menos, mais cinco dias

BRASÍLIA - Apesar de ter sido superado o impasse em relação à medida provisória 232, que corrigiu a tabela do Imposto de Renda, a Câmara terá na próxima semana sete MPs trancando a pauta de votações, já que não foram votadas no prazo de 45 dias. Além disso, há dois projetos em regime de urgência, o que deve adiar para a outra semana votações importantes como a que regulamenta o referendo sobre a proibição da venda de armas e a que vai decidir sobre a cassação ou não do mandato do deputado André Luiz (sem partido-RJ).

Acusado de tentativa de extorsão, André Luiz tem contra ele o parecer do Conselho de Ética da Câmara pela cassação por quebra de decoro parlamentar.

- A depender da decisão do plenário, cada dia que passa é um prêmio ao deputado, já que ele mantém seu mandato e os direitos políticos - afirmou o deputado Chico Alencar (PT-RJ), integrante do Conselho de Ética da Casa.

Gravações publicadas pela revista Veja em 2004 mostraram diálogos em que André Luiz tentaria extorquir R$ 4 milhões de emissários do empresário do jogo Carlos Cachoeira. Em troca, o deputado intercederia a favor do empresário na CPI da Loterj/RioPrevidência. O deputado nega as acusações.

No Rio de Janeiro, ficou para a próxima semana a entrega do relatório da Comissão de Constituição e Justiça da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro sobre o processo de cassação do deputado Alessandro Calazans (sem partido) - acusado de participar da venda de votos durante a CPI da Loterj/RioPrevidênca, da qual era presidente.

Depois de quase três meses de processo, o problema desta vez foi o atraso na entrega das notas taquigráficas da última sessão, na qual Calazans se defendeu das acusações e foi ouvido o perito Antônio César Braid, responsável pelo terceiro laudo da gravação na qual o deputado negociaria os votos.

O relator do caso, Noel de Carvalho (PMDB), afirmou que só recebeu as notas taquigráficas às 15h de ontem, com isso, a sessão de entrega do relatório, prevista para ontem, ficou para a próxima terça-feira, às 10h. Segundo serviço de taquigrafia da Alerj, teria havido um ''problema técnico'' durante a gravação da sessão.