Correio Braziliense, n. 20608, 25/10/2019. Política, p. 3

Senador nega contato



A assessoria de imprensa do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) divulgou nota sobre o áudio atribuído ao ex- auxiliar Fabrício Queiroz na qual assegura que o parlamentar “não mantém qualquer contato há quase um ano”. Vai além ao destacar que “o áudio comprova que seu ex-assessor não possui qualquer influência junto ao gabinete do senador, tanto que sugere ao suposto interlocutor buscar outros caminhos para ter acesso a cargos”. E põe em dúvida a veracidade sobre quem seria a pessoa que fala.

“Se é que a voz no áudio é de Queiroz, estaria usando o nome do senador sem sua autorização e promete algo impossível, que jamais poderia entregar. Quem sugere a existência de vínculos ou influência sobre o gabinete do senador está mentindo”.

O advogado do senador, Frederick Wassef, por meio de nota, também colocou em dúvida se realmente é de Queiroz a voz. E pede que o áudio seja periciado pela Polícia Federal.

“Não é verdade e não procede o que está sendo alegado na suposta gravação. Não é possível afirmar, pelo áudio, se é Fabrício Queiroz quem fala ou se é outra pessoa. O ex-assessor e Flávio Bolsonaro não mantêm contato e jamais se encontraram desde o ano passado, quando Fabrício Queiroz foi exonerado da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro”, garantiu o defensor. E acrescentou:

“Também não existe, como querem sugerir, qualquer aproximação ou trabalho de Fabrício Queiroz para o senador. A gravação deveria passar por perícia da Polícia Federal para garantir sua autenticidade e avaliar se a voz é do ex-assessor. Somente uma perícia poderia mostrar se houve edição ou retirada de contexto da referida gravação”.

Em um vídeo divulgado ontem, Flávio se defendeu e disse que a imprensa está fazendo um “estardalhaço” com o áudio. (LC e JV)

Mourão: atenção à questão social

Em viagem ao Peru, o vice-presidente Hamilton Mourão demonstrou preocupação com a turbulência enfrentada pelo governo chileno. Em entrevista concedida à agência Bloomberg, destacou que o governo não deve se descuidar das questões sociais. “Não podemos ser apenas liberais e não podemos ser apenas estatistas. Temos que tomar medidas para que a produtividade cresça, mas precisamos cuidar dos problemas sociais que todos os nossos países têm.” Os protestos no Chile começaram contra o aumento da tarifa do metrô, mas se aprofundaram ante a desigualdade social do país, como reclama a população. O Brasil passou por protestos semelhantes, em 2013, e o presidente Jair Bolsonaro já afirmou que as Forças Armadas estão preparadas para ondas de indignação semelhantes.